quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A SANTIDADE DO PENSAMENTO

A batalha mais árdua contra o pecado é travada no campo do pensamento. A área mais difícil a ser controlada é o pensamento. É o desejo íntimo, secreto, que denuncia a nossa mais aguda pecaminosidade. O apóstolo Paulo diz que a cobiça, alojada no recôndito (desconhecido) do coração, no escrínio (cofrezinho estofado para guardar jóias) da mente é que revela nossa terrível pecaminosidade. (Romanos 7:7) É possível uma pessoa representar uma vida pura diante dos homens e viver na mais repugnante impureza aos olhos de Deus, como sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas por dentro são cheios de imundícia. (Mateus 23:27)

Deus sonda os nossos pensamentos. (Salmo 139:2) Ele diagnostica o nosso íntimo. Jesus disse que é do coração que procedem os maus desígnios. (Mateus 15:19) É das religiões abissais (1. Abismal, 2. Diz se da região mais profunda dos oceanos, abaixo de 2.000m) do nosso ser que eclodem os pecados mais hediondos.

A Bíblia diz que o pensamento impuro é tão pecaminoso quando o ato impuro. Conforme o ensino do apóstolo João, o sentimento íntimo e secreto é como o assassinato. (I João 3:15) Por isso, Deus vai julgar os segredos do coração do homem. (Romanos 2:16; I Coríntios 4:5) Aquilo que guardamos com cuidado no porão da nossa mente e no sacrário (lugar onde se guardam objetos sagrados, óstias consagradas, tabernáculo) dos nossos pensamentos será trazido a plena luz.

Devemos como filhos de Deus, atentar para as advertências solenes quanto à santidade do pensamento. Devemos levar todos os nossos pensamentos cativos à obediência de Cristo. (II Coríntios 10:5) Nosso meditar deve ser agradável na presença de Deus. (Salmo 19:14) Devemos ocupar nosso pensamento com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, amável e de boa fama. (Filipenses 4:8) Devemos buscar uma transformação profunda da nossa vida através da renovação de nossa mente. (Romanos 12:2) Nossos pensamentos regem nosso comportamento e o nosso comportamento determina os nossos pensamentos. Na verdade, somos o que pensamos. Diz a Bíblia. "assim como o homem pensa no seu coração, assim é ele." (Provérbios 23:7)

Devemos ter, portanto, uma mente pura, uma consciência pura e uma vida íntima íntegra, pois só assim viveremos sem máscaras e desfrutaremos de verdadeira paz. Só assim seremos santos, como Deus é santo. (I Pedro 1:16) Só assim veremos a Deus, porque só os puros de coração o verão. (Mateus 5:8) Devemos ter a mente de Cristo (I Coríntios 2:16) e pensar nas cousas lá do alto. (Colossenses 3:2)

Meus amados irmãos, mudemos a nossa maneira de viver. Orando em todo o tempo com orações e súplica no Senhor, pedindo a Deus nosso pai, em nome de Jesus, que Seu Espírito Santo nos ajude a mudar os nossos pensamentos.... Amém... Deus vos abençõe.

Pr. Gualter Guedes

NOSSA PALAVRA TEMPERADA COM SAL


"A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um". Cl 4:6.
Todos nós já tivemos necessidade de lamentar palavras que saíram de nossos lábios num momento de descuido. A língua nunca foi domada, por isso é importante que pelo menos aprendamos a controlá-la. Os crentes tem sido salvos pela pura graça de Deus e a graça é o princípio regedor de nossas línguas, e isso pelo resto de nossas vidas. Nós podemos muito facilmente falar de um ponto de vista legal ou egoístico antes de pensar, só que isto pode causar dano quase irreparável.

Se meditarmos mais na graça de Deus em Cristo Jesus, a nossa boca falará desta abundância do coração: quão bom se pudesse ser dito de nós, até certo ponto como foi dito do Senhor Jesus: "Nos teus lábios se extravasou a graça" Sl 45:2. Isto era tão verdadeiro, que as pessoas de Nazaré: "se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíram dos lábios" Lc 4:22. Mas a nossa palavra deve ser "temperada com sal". o sal é um preservativo e parece ser um símbolo adequado de justiça. Contudo a justiça não deve ser a característica predominante de nossas palavras, mas somente o tempero delas. Sem ele, as nossas palavras de graça podem ser insípidas e fracas; mas, se em grande quantidade, elas podem ser ofensivas e inúteis. Um exemplo simples: Se teu alimento for temperado devidamente com sal, será para o benefício e satisfação do teu corpo. Mas se for usado em demasia, pode causar danos no seu organismo, precisando ser dosado moderadamente para novamente o corpo voltar ao normal em suas funções.

Da mesma forma, com a nossa palavra. Requer um constante exercício de coração, a fim de que possamos ser bem equilibrados naquilo que temos a dizer. Se somos prontos para ouvir, devemos ser tardios para falar Tg 1:19, refletindo sobre tudo que for dito, e como será dito. Na realidade, tudo pode ser falado, dependendo de como for falado. A nossa maneira de induzir o tom de nossas palavras, pode definir o sucesso de uma relação com outra pessoa ou o fracasso. Assim, seja a sua palavra temperada com sal, salpicado de grandes porções amor e com uma farta quantidade de sabedoria do alto. São os requisitos essenciais para a palavra ser saudável e rica da verdade de Deus.

Pr. Gualter Guedes


CÂNON BÍBLICO


A Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa “livros”, devido ela reunir um conjunto de livros inspirados, chamados livros canônicos.

“Cânon bíblico”, o que é? Cânon é uma palavra latina que significa “modelo”. O termo latino é derivado do grego Kanon, de “cana”, instrumento de medida usado nos tempos bíblicos no lugar do nosso “metro” hoje.

O cânon bíblico, portanto, “é a lista dos livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e justo um pensamento ou doutrina (Gal. 6:16; II Tim. 3:16).” – Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário, edição 1994.

Os livros inspirados, como expressão da Palavra de deus, que formam o cânon bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos, que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.

LIVROS NÃO INSPIRADOS

As Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da “Bíblia grega”, ou “Septuaginta”, traduzida da Bíblia hebraica para o grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são: Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclisiástico e Baruc. – Frei Mauro Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17. Edição Paulinas.

Naquela época, a Grécia dominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.

Alguns erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente com os 66 livros canônicos da Bíblia:
1. Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-19  / livros inspirados: Isa. 63:8: Osé. 4:2 
2. Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 / livro inspirado: Prov. 25:21-22
3. Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6 / livro inspirado: Mat. 4:1-2
4. Deus dá espada para Simeão matar siquemitas. Judith 9:2 / livro inspirado: Gên. 34:30: 49:5-7
5. Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 Eclesiástico 3:30 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
6. Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 / livro inspirado: Atos 16:18
7. Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 9:2 / livro inspirado: Daniel 1:1
8. Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
9. Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 / livro inspirado: Tg. 5:14-16
10. Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16: Macabeus 1:16; 9:28 / livro inspirado: Isa. 63:8;  Mat. 5:37
11. Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12:42-45 / livro inspirado: Ecl. 9:5-6
12. Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 / livro inspirado: I João 1:7; Heb. 9:27
13. O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46 / livro inspirado: Êxo. 20:13

Tais erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível teste de “inspiração bíblica”, dos livros sagrados e canônicos, inseridos na “Constituição dogmática da fé católica”, no Concílio Vaticano I, que assim diz: “Os livros da Bíblia, a Igreja reputa-os sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação ou autoridade: nem somente porque contêm a revelação sem mistura de erros, mas sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igreja. “- Bíblia Traduzida pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.

Diante dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e canônicos, porque a Igreja Católica os declarou, pois ela própria diz que não é a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais livros são inspirados pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, estaremos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de erros e contradições!

A prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca reclamaram inspiração para eles, e, além de Macabeus afirmar que não havia profeta em seu tempo (I Mac. 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: “Se minha narração esta imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor” (II Mac. 2:24; 15:38 e 39). “Jerônimo, o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrífos, que significa ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados.” – Introdução Geral à Bíblia, pág. 88.

Os sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e doutrina (II Ped. 1:21).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O PERFUME PRECIOSO (Mateus 26.6-13)


Estando em casa de Simão para o jantar, Cristo foi homenageado por uma mulher chamada Maria, que derramou sobre ele todo o "nardo" (Uma planta odorífera. Perfume penetrante extraído das raízes dessa planta, da família das valerianáceas. Jesus ungido com preciosíssimo perfume de nardo. Esse perfume de nardo usado, nessa ocasião, valia 300 denários, isso é 300 dias de serviço de um trabalhador.) contido em um vaso de alabastro. Toda a casa se encheu daquele perfume maravilhoso, atraindo a atenção de todos os presentes, inclusive dos discípulos, que disseram: “Que desperdício!!! Poder-se-ia vender este perfume e dar o dinheiro aos pobres” Ao que Cristo respondeu: “Aos pobres, sempre tendes convosco, mas a mim, nem sempre tereis” (Mateus 26).

Tal episódio de rara beleza nos impressiona e ensina. O ato de Maria surpreendeu a todos e até hoje surpreende. Jesus disse que onde o evangelho fosse pregado, aquela ação seria mencionada.

Naquele tempo, era comum as jovens fazerem suas economias para comprarem o nardo, um perfume muito caro. A essência ia sendo juntada em um vaso a fim de ser utilizada na noite de núpcias. Pensando nesses detalhes, notamos o quanto era importante aquele vaso de perfume para sua possuidora. Representava sua economia, talvez até realizada com sacrifício, e simbolizava também seus sonhos, seus ideais referentes ao matrimônio e à família. Quanto valor colocado e representado por um vaso de perfume!

O que Maria fez? Derramou todo aquele perfume sobre Cristo. Isso foi mais do que uma homenagem, foi uma entrega total. É como se ela dissesse: “Senhor, eu entrego a ti tudo o que sou. Eu entrego o melhor que possuo, meus sonhos, meus desejos, meus ideais, meus planos e objetivos.” Foi um ato de dedicação absoluta. Notamos que ela não derramou outro líquido que pudesse ser mais barato e conseguido com mais facilidade, como água, por exemplo. Maria deu o que ela possuía de mais precioso. Isso nos ensina a dar o melhor para Deus, fazer o melhor para ele, mesmo que nos custe um preço alto.

O ato de “derramar” nos traz três lições:
Dedicação exclusiva: Tendo derramado todo o perfume sobre Jesus, Maria não poderia mais prestar essa homenagem a outra pessoa. Tendo o compromisso que temos com Cristo, não podemos ter outro como ídolo. Nada restou do nosso perfume que possa ser dado a outro deus.
Dedicação sem reservas: Ela não guardou um pouco de perfume para sim mesma. Não haverá nenhuma área da nossa vida que não esteja sob o domínio do Senhor. Somos dele por completo.
Dedicação sem retorno: Uma vez derramado, o perfume não podia ser retomado ou recuperado. Não vamos, amanhã ou depois, pedir ao Senhor que nos devolva o que lhe entregamos. Não vamos desistir da nossa aliança com ele. Se derramamos nossa alma diante do Senhor não vamos tomá-la de volta. Nosso vínculo com Jesus é um casamento sem divórcio. Assim deve ser nossa dedicação ao Senhor. Vamos entregar nossas vidas ao Senhor completamente e definitivamente.

Aquele aroma maravilhoso se propagou pela casa e atingiu a todos. Assim é o efeito do testemunho silencioso de uma vida derramada na presença de Deus. Mesmo os que quiserem ignorá-la não poderão. Diante daquele exemplo de desprendimento, alguns disserem: “Que desperdício!” Essas palavras poderão ser ouvidas ainda hoje por aqueles que se dedicam ao Senhor. Alguém poderá dizer que estamos desperdiçando nosso tempo, nosso dinheiro, nossa juventude, nossa vida, e etc. Entretanto, nossa dedicação a Deus não é desperdício, é investimento. Tudo o que entregamos ao Senhor será como uma semente lançada ao solo. O ato de semear pode parecer um desperdício. Parece que o semeador está jogando fora as sementes. Porém, no dia da colheita, o trabalhador se alegra com o fruto do seu labor.

Naquele instante, até os pobres foram lembrados. O discurso daqueles defensores dos pobres parece até uma tese da Teologia da Libertação. O fato é que qualquer argumento será usado por aqueles que querem tirar nossa atenção do Senhor. Muitos querem que desviemos nossa visão de Jesus para nos dedicarmos a outras causas, que podem até ser nobres e feitas em nome de Cristo, mas não devem tomar o lugar de Deus em nossas vidas. É verdade que, quando ajudamos aos pobres, estamos fazendo a obra de Deus, e devemos fazê-lo, mas isso não substitui uma experiência pessoal com Jesus Cristo. O amor ao próximo é importante, mas não é tudo. O primeiro mandamento é o amor a Deus. Logo, se alguém vive se dedicando ao trabalho social, mas não é convertido nem obediente a Deus, está praticando obras mortas, sem valor espiritual. As obras de caridade não têm o poder de salvar ninguém. Contudo, se somos convertidos e fazemos boas obras, estas têm grande valor e por elas seremos recompensados. Notemos que Jesus não condenou a ajuda aos pobres, Ele disse que sempre teríamos os pobres conosco. Assim, poderíamos ajudá-los sempre. Entretanto, esta ajuda não substitui o culto e dedicação da vida ao Senhor através de um compromisso de obediência. Essa questão atinge também aqueles que acham que podem deixar de contribuir na igreja afim de ajudarem lá fora a quem precisa. Na realidade, as duas coisas são importantes e devem ser tratadas na ordem correta de prioridades.

O que nós estamos dando ao Senhor? Como estamos trabalhando pelo seu reino? Que Deus nos ajude a alcançar o nível de fazermos o melhor, de entregarmos o melhor e de colocarmos o Senhor acima de tudo em nossas vidas. Dessa forma, o bom perfume de Cristo será sentido em todos os lugares onde estivermos.


Pr. Gualter Guedes

domingo, 25 de outubro de 2009

JESUS COMO O GRANDE MÉDICO (João Cap. 5)


Como acontece em diversos capítulos do evengelho de João, nesse a mensagem fundamenta-se em um milagre.

I. O MILAGRE: A salvação é pela graça (5.1-16)

Esse sinal completa a série de três milagres que mostram como a pessoa é salva. O primeiro (transformação da água em vinho) mostra que a salvação se dá por intermédio da Palavra de Deus. O segundo (a cura do filho do oficial) demonstra que a salvação é pela fé. O terceiro milagre mostra que a salvação é pela graça. Esse homem estava em um estado lastimável. Ele ficou doente por 38 anos por causa de seu pecado passado (veja v. 14). Ele estava rodeado de pessoas afligidas por diversos males, e todas elas ilustram a triste condição dos não-salvos: enfermos, cegos, coxos (incapazes de andar direito – Ef. 2.1-3), paralíticos, e todos ali esperavam que alguma coisa acontecesse (sem esperança – Ef. 2.12). Eles se curariam se entrassem na água quando o anjo a agitava, no entanto faltava-lhes força para conseguir fazer isso! Acontece o mesmo com o pecador de hoje: se ele guarda a lei perfeita de Deus, é salvo, mas ele não consegue fazer isso.

No entanto, veja a graça de Deus em ação. “Betesda” (v.2) significa “casa de graça”, e para esse homem esse local tornou-se o lugar da graça. O que “graça” significa? Significa bondade para quem não a merece. Jesus viu um monte de doentes, todavia escolheu curar apenas um homem! Esse homem não merecia mais que os outros, mas Deus escolheu-o. Essa é uma bela imagem da salvação e de como devemos nos sentir humildes ao saber que somos escolhidos “nele”, pois isso não ocorre por nossos méritos, mas pela graça dele (Ef. 1.4).

Observe: O homem queixou-se: “Não tenho ninguém (v. 7), no entanto havia dúzias de homens lá para ajudá-lo, mas não podiam fazer o que Jesus fez. O pecador perdido não precisa de ajuda, mas de cura.

II. A MENSAGEM: Cristo é igual a Deus (5.17-47)

A. A tripla igualdade de Cristo com o Pai (vv. 17-23)
Nesta mensagem ele mostrou-lhes que era igual ao Pai de três formas:
(1) Em Obras (vv. 17-21). Em Gênesis 3, o sábado de descanso do pai foi quebrado pelo pecado de adão e Eva. Desde essa época, Deus trabalha na busca e na salvação do perdido. Cristo afirma que o Pai o capacita pra fazer o que faz e revela que o conhece pessoalmente. Suas obras (milagres) vêm do Pai, até mesmo a de ressuscitar os mortos.
(2) Em Julgamento (v.22). Deus confiou todo julgamento ao Filho. Isso torna o filho igual ao Pai, pois apenas Deus pode julgar um homem pelos seus pecados. Veja também o v. 27.
(3) Em honra (v. 23). Nenhum mortal ousaria pedir que o adorem da forma que apenas Deus merece.

B. A tripla ressurreição (vv. 24-29)
(1) A ressurreição do pecador morto hoje (vv. 24-27). Essa é uma ressurreição espiritual (veja Ef. 2.1-3) e acontece quando o pecador ouve a palavra e crê.
(2) A ressurreição da vida (vv. 28, 29a). Essa é a ressurreição futura do crente descrita em I Tes. 4.13-18 e I Cor. 15.51-58.
(3) A ressurreição da condenação (v. 29b). Ela acontece pouco antes de Deus fazer o novo céu e a nova terra. AP. 20.11-15 descreve essa ressurreição. Todos os que rejeitarem a Cristo serão julgados para verem qual o grau de punição que receberão no inferno, e não irão pra o céu. Chama-se o inferno de “a segunda morte”, a separação eterna de Deus. Nenhum cristão jamais ficará diante do trono branco de julgamento ( v. 24).

C. O triplo testemunho da divindade de Cristo (vv. 30-47)
(1) João Batista (vv. 30-35)
(2) As obras de Cristo (v. 36). Até Nicodemos admitiu que os milagres de Cristo provavam que ele vinha de Deus (3.2).
(3) O Pai na Palavra (vv. 37-47). As Escrituras do antigo testamento são o testemunho do Pai a respeito de seu Filho. Os judeus estudavam que isso os salvaria. Eles, porém, liam a Palavra com olhos espiritualmente cegos. Moisés escreveu a respeito de Cristo e os acusou no julgamento. Eles rejeitaram a Palavra (v. 38), não vieram a ele (v. 40), não amaram a Deus (v. 42), não o receberam (v. 43), buscaram a glória dos homens, não a que vem de Deus (v. 44), e não escutaram sua Palavra (v. 47). Não é de espantar que não conseguissem crer e ser salvos!

Pr. Gualter Guedes

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

JESUS COMO O GANHADOR DE ALMAS (João Cap. 4)

Esse capítulo tem duas seções:
1) O ministério de Cristo para com a mulher samaritana (4.1-42); e
2) O milagre que Cristo fez para o oficial do rei (4.43-54).
Em sentido, as duas experiências envolvem milagres, pois a transformação da mulher pecadora foi tão maravilhosa quanto a cura a “longa distância” do filho do oficial.

1. APRENDENDO COM O MESTRE (MT. 4.19)
Em sacrifício, amor, serviço e métodos na obra de ganhar almas, Jesus é o nosso perfeito exemplo e entre as diversas coisas, aprendamos algumas lições com o Mestre no encontro com a mulher samaritana registrado no Capítulo 4.
a) Ter amor, e espírito de sacrifício (vv 4, 6, 8). O versículo 4 fala de sacrifício, o versículo 6 de cansaço e o versículo 8 de necessidade (fome), o ganhador de almas deve estar possuído de ardente amor e compaixão pelos perdidos. (Rm 9.2,3).
b) Ir ao encontro de pecadores – nunca devemos esperar que o pecador venha ao nosso encontro (v. 5).
c) Ter paciência - (v. 6) – diz o texto que assentou-se à espera do pecador.
d) Deve-se entrar logo no assunto da salvação (v. 7) – há sempre uma porta aberta, no caso da samaritana o assunto do momento era água e sede e logo Jesus falou da água da vida que estanca a sede da alma.
e) Ficar a sós com quem está falando - (v.8).
f) Deixar os preconceitos sociais - (vv 9,13). Os preconceitos têm causado grande males na sua ação destruidora de separar, ao passo que Jesus veio unir (Ef. 2.11-22).
g) Não afastar do assunto da salvação - (vv 9-13). No v.9 a mulher alega o problema do preconceito. No v.10, Jesus volta ao assunto inicial: água, mas agora água da vida. Nos vv 11 e 12 a mulher apresenta dificuldades. Nos vv 13 e 14 Jesus volta ao assunto inicial: salvação. Resultado: no v.15 há na pecadora um certo grau de interesse.
h) Fazer ver ao ouvinte que ele é pecador (v.16) - Jesus sabia que a samaritana não tinha marido, mas fez assim para motivar uma declaração da mesma.
i) Não atacar defeitos nem condenar - (v.18). Isto não quer dizer que vamos bajular ou concordar com a vida ímpia e pecaminosa de alguém.
j) Evitar discussão - (vv. 20-24). Não se deve permitir que conversa se transforme em discussão. É costume o pecador apontar faltas nas Igrejas e vidas de certas pessoas crentes. Neste caso é melhor não entrar no mérito da questão, pois há um princípio nas relações humanas que firma "quem perde uma discussão fica sempre ferido no amor próprio".
l) O sexo influi, às vezes - Analisar o v.27.

2. O MILAGRE DE CRISTO PARA O OFICIAL DO REI (4.43-54)
Esse é o segundo dos sete sinais que João apresenta. Esses sinais mostram a forma como a pessoa é salva e os efeitos da salvação. Os dois primeiros sinais acontecem em Caná, na Galiléia. A transformação da água em vinho que lustra que a salvação é por meio da palavra. Nesse capítulo, a cura do filho do oficial mostra que a salvação vem pela fé.
O filho está à morte em cafarnaum, a cerca de 25km de distância de Caná. O homem queria que cristo fosse com ele, pois não acreditava que poderia curar a distância. (Em João 11.21, veja uma reação semelhante de Marta). Jesus não foi com o homem; em vez disso, disse-lhe estas palavras: “vai, teu filho vive”. O homem creu na palavra!
O versículo 52 (“ontem”) indica que o homem permaneceu um dia inteiro em Caná , pois o trajeto de volta para sua casa não levaria mais de 3 ou 4 horas. O menino curou-se às 13 horas, e no dia seguinte o pai chegou em casa. Isso prova que teve fé verdadeira na palavra de Cristo, pois não se apressou em ir para casa, a fim de ver o que acontecera. Essa é a forma como somos salvos – Ao pôr nossa fé na palavra de Deus. “Cristo diz isso, eu creio nisso e isso encerra a questão!” Aparentemente, o oficial ficou em Caná, cuidou de alguns negócios e foi para casa no dia seguinte. Ele teve “gozo e paz [em seu] crer” (Rm 15.13) porque sua confiança repousava apenas na palavra de Cristo. Ele não ficou surpreso quando o servo disse-lhe “que o seu filho vivia”. Ele apenas perguntou a que horas isso aconteceu e verificou que foi no momento em que Cristo disse a palavra salvadora. O resultado disso: Toda a sua família creu em Cristo “a fé vem pela pregação, e a pregação pela palavra de Cristo” Rm 10.17.

Pr. Gualter Guedes

SUPORTANDO A TRIBULAÇÃO

A TRIBULAÇÃO NÃO É ALGO QUE SEJA AUSENTE DA VIDA DO CRISTÃO (JOÃO 16.33)

I – ESCOLA DA TRIBULAÇÃO
A palavra “Tribulação” é latina. Vem de “tribulum”, palavra que designa um instrumento agrícola que era usado para desterroar, o rastelo, que servia para o lavrador romano separar a espiga da sua palha. A palavra latina, portanto, é bem elucidativa, pois nos mostra uma realidade espiritual: a tribulação embora possa ferir e esmagar, purifica e torna mais excelente.
No AT, as palavras usadas para tribulação significam “aflição”, “estreiteza”, que tem o significado nosso de “angústia”, ou seja, uma sensação de aperto, de diminuição de alternativas, de oportunidades. A tribulação é um instante em que se sente a fragilidade do ser humano e como não temos nós o controle sobre o que acontece no mundo e como dependemos única e exclusivamente de Deus.
No NT, as palavras usadas para tribulação significam “pressão”, “opressão”, ou seja, a tribulação traz-nos a idéia de que estamos sob pressão, que há forças que não controlamos e que estão sobre nós. Neste instante, também temos a idéia, já presente no AT, que, na tribulação, notamos a nossa fragilidade.
A tribulação, como se vê, portanto, tem um aspecto espiritual positivo, importante, diríamos mesmo indispensáveis para a vida do cristão, pois, por ela, alcançamos o aperfeiçoamento espiritual, que é um dos objetivos que o Senhor quer que alcancemos enquanto estamos neste mundo (Ef. 4.12).

PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL DO CRENTE – RM 5.1-5
A) SALVAÇÃO – justificação pela fé – paz com Deus – Rm 5.1
                           – gera esperança da glória de Deus – Rm 5.2
B) TRIBULAÇÃO – Rm 5.3
C) PACIÊNCIA – Rm 5.3,4
D) EXPERIÊNCIA – Rm 5.4
E) ESPERANÇA – Rm 5.4,5

FINALIDADES DA TRIBULAÇÃO – At. 14,22
A) Levar-nos a glorificar o nome do Senhor - Jo 17.1,4
B) Fazer-nos voltar às coisas que, realmente, têm interesse nesta vida – Hb 10.34
C) Fazer-nos conhecer a nossa estrutura espiritual – Sl 103,14; 139.23,24
D) Passarmos a ter uma relação mais profunda com o Senhor – Gl 5.22
E) Surgir uma firmeza na vida do crente – Sl 125.1
F) Iniciar um processo de purificação do crente – o “fogo purificador” – Is 43.2
G) Ensinar-nos a obediência – Hb 5.8b
H) Produzir a paciência – Rm 5.3

Paciência – qualidade do caráter cristão, o chamado “fruto do Espírito” – Gl 5.22
Paciência – Paz + ciência
A paciência nos dá condições de suportarmos a tribulação – I Co 10.13
Paciência não é falta de iniciativa, passividade ou inércia – Sl 40.1,5
Paciência gera a experiência – Rm 5.4
Experiência quer dizer “prova judicial”, “prova utilizada para a comprovação de um fato”
A experiência torna o crente uma referência para os outros – Lc 23.47
Um cristão deve ter experiências genuínas com o Senhor para que possa cumprir sua missão, dar frutos permanentes e ajudar as demais pessoas
A experiência proveniente da tribulação gera-nos esperança – Rm 5.4
Esperança depois da prova, é viva, fruto de experiência, multiplicada em relação à surgida com a conversão.

II – NADA NOS SEPARA DO AMOR DE CRISTO
Deus é amor – I João 4.8b
Tribulação – oportunidade das mais excelentes para experimentarmos o amor de Deus.

Pr. Gualter Guedes

terça-feira, 29 de setembro de 2009

AUTOLATRIA – A INIQÜIDADE DO DIABO

1. AUTOLATRIA – Culto de si mesmo; excessiva admiração das próprias ações ou obras.

2. EGOÍSMO – Amor exagerado por si mesmo. O egoísmo é o gérmen do orgulho; este, da própria ruína. Conforme depreendemos de Ezequiel 28, foi exatamente o egoísmo que ocasionou a queda de Lúcifer. Cristo, porém, veio mostrar-nos que, através do altruísmo, podemos ganhar o mundo e a própria eternidade: “Quem perder a sua vida, por amor a mim, acha-la-á”. No Cristianismo não pode haver lugar para o egoísmo.
O egoísmo é uma doença ligada ao ego. É uma inclinação humana que se tem feito sentir em todas as coisas e que domina o palco das atividades hodiernas.
“Refere-se ao apego excessivo a si mesmo e ao que se faz em detrimento dos interesses dos outros” e nos incomoda quando a posição que ocupamos é ameaçada pelo soerguimento de alguém que procura ombrear-se conosco.
A solução para o crente que se vê diante desse problema é o desenvolvimento do espírito de compreensão e solidariedade.
O certo seria verificar se o nosso bem-estar e o nosso êxito estão construídos em detrimento de outros. Se isto está acontecendo, devemos estabelecer um limite nas nossas atividades e explorar outro setor de trabalho de maneira que não prejudique o nosso semelhante.
Talvez alguns, pelos anos de ministério que têm, esqueceram-se de que a humildade é um qualificativo daquele que conseguiu galgar as escadas do sucesso, e hoje, infelizmente, estão doentes com enfermidades ligadas ao ego, como:
a) Egocentrismo - É a tendência de fazer de si mesmo o centro da vida.
b) Egotismo - É a tendência a monopolizar a atenção para a sua própria personalidade, desprezando as opiniões alheias. Só ele está certo.
c) Egolatria – É a adoração ao próprio eu, o culto do eu. É o clímax de todas as doenças. É o caso do homem do pecado (2 Tes. 2.4).
O grande remédio para essas enfermidades é o sangue de Jesus Cristo, e estar crucificado com Ele, para que Ele viva em nós (Gl 3.19,20).

3. ORGULHO – Soberba, presunção. Teologicamente, foi o primeiro sentimento pecaminoso introduzido no Universo. Através dele, o ungido querubim exaltou-se sobremaneira, julgando-se já superior ao mesmo Deus (Ez 28). Na Igreja Católica, é o pecado que encabeça as transgressões capitais.
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18).
O orgulho pode se manifestar na vida do obreiro de várias formas, e, por ser uma condenável exaltação do ego, o qual se delicia com o pensamento do ser superior a todos os seus semelhantes”, torna-se “abominação ao Senhor”(Pv. 16.5).
As formas de orgulho são:
a) o espiritual;
b) o intelectual;
c) o material;
d) o social.
Todas essas formas de pecado têm procedência mundana, e não do Pai (1 Jo 2.16).
A soberba ou orgulho busca apenas a glorificação própria, o culto ao próprio “eu”, que emana do coração onde se fixa uma desvairada paixão egoísta de viver superior aos outros, com lazer e conforto excessivos, como ostentar melhores vestimentas, olhar altivo, vida social regalada ou “a vida de vanglória – de presunção, de desejo pelo louvor e pela deferência, pelo deleite de ser considerado importante, de exercer autoridade sobre outros, de estar em primeiro plano; todas as vaidades vazias da moda e dos costumes, dos títulos e ofícios; de uniformes posição, das pequenas imposturas esnobes nas quais coisas os homens caem... Não lhes importa que... perante Deus, nada disso tenha qualquer valor”.
Infeliz é o homem chamado por Deus, vocacionado, à causa do mestre, e que se entrega ao:
3.1 - Orgulho Espiritual - Foi por esse pecado que Lúcifer recebeu a sentença de Deus: “E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo abismo” (Is. 14.15), e “Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais serás para sempre” (Ez 28.19).
A sua soberba, a primeira espiritual do universo, teve início na sua “perfeição em formosura”, estava “estabelecido” e “Perfeito era nos seus caminhos desde o dia em que foi criado”, “até que se achou iniqüidade nele” (Ez 28.12-15). Foi o “eu” que o levou a confiar mais em suas virtudes do que no próprio Criador que o estabeleceu (1 Co 7.20,24), como dizia em seu coração:
- “eu” subirei ao céu (Is. 14.13);
- exaltarei o “meu” trono (Is. 14.13);
- da congregação “me” assentarei (s. 14.13);
- “subirei” acima (Is. 14.14);
- e “serei” semelhante ao Altíssimo (Is. 14.14).
Nós, como este que se tornou o “Diabo”, quando começamos a nos sentir auto-suficientes, é hora de acordar-mos e nos lembrarmos de que o terreno que estamos pisando é movediço, e poderá nos tragar.
A sua ambição não lhe levou a ocupar a posição almejada, antes caiu na profundeza do mundo subterrâneo, foi envergonhado e desonrado em sua morte. E muitos têm entrado por esse mesmo caminho.
O orgulho leva o homem a desprezar o seu próximo, e ser desprezível aos olhos deste. Ele diz, fazendo coro com o antigo e repulsivo fariseu: “Graças te dou, ó Deus, porque não sou como os demais homens...” (Lc 18.11). Só ele tem razão, e todas as suas medidas são justas, e têm de ser aplicadas, ainda, que custem a perdição eterna do seu “algoz”. Só as suas orações são ouvidas, e os seus conselhos têm de ser acatados. Mas Deus abomina esse tipo de orgulho espiritual “pelo fato de pensar ele ser bom e justo a seus próprios olhos. É o caso daquele que está vestido de trapos imundos a pensar que é o homem mais bem vestido deste mundo” (Ver Tiago 4.6).

3.2 - Orgulho Intelectual – “Ser sábio aos próprios olhos” (Rm 12.16) é a qualidade de orgulho que se manifesta em forma de arrogância perante as pessoas menos iletradas e dos oprimidos. Não foi assim com Jesus Cristo, “que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus” (Fp 2.6). Que sentimento! Antes, “aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens” (v.7). Aquele que estava com o Arquiteto do universo, quando este era projetado (Pv 8.22-31), Não se jactava de seus feitos na presença dos oprimidos (Mt 8.4), porque a soberba é inimiga do Evangelho. Sua confiança estava em Deus (Jo 11.41).
Quão difícil foi para Festo (At 26.28) sentir o toque do Espírito Santo em seu coração para tornar-se um cristão e ter que disfarçar o seu orgulho, por ser rei. Jamais aceitaria um Evangelho que foi dados aos “pobres de espírito”. Sua soberba lhe custou uma eternidade sem Deus... era muito sábio... E o que dizer de Naamã? (2 Rs 5.1-14). O preço da sua humilhação foi a cura da lepra do seu corpo, quiçá de seu espírito. Através da humildade e da mansidão, podemos ser “exaltados soberanamente” (Fp 2.9).
O apóstolo Paulo é o exemplo de sabedoria, e não se gloriava nela (1 Co 1.17-19), “porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens” (v. 25). Antes, gloriava-se no Senhor (v.13).
3.3 - Orgulho Material – A soberba proveniente dos bens materiais pode levar o homem a esquecer-se de Deus, à ruína e à perdição, como disse Paulo a Timóteo: “Os que querem tornar-se ricos, caem em tentação e em laço, e em muitos desejos insensatos e nocivos, os quais arrastam os homens à ruína e à perdição” (I Tm 6.9).
Mas o perigo não está em ser rico neste mundo: Abraão, Jó, Salomão e muitos outros o foram, mas em colocar o coração na riqueza (Mt 6.21; Lc 12.20).
O verdadeiro sentimento de ser rico é “possuindo tudo, como nada tendo”, “como pobres, mas enriquecendo a muitos” (2 Co 6.10), porque “na soberba trazida por bens materiais, entroniza-se o ego em vez de Deus. As coisas secundárias são exaltadas a um lugar de primeira importância, e a vida se desequilibra. Então, concentra-se naquilo que tem e não naquilo que é, aos olhos de Deus. “ A soberba material tende a levar o homem para a cobiça.”
Feliz é o crente que, tendo acumulado riquezas neste mundo, não esquece do seu dízimo integral (Ml 13.10); dos mais necessitados: “Quem pois tiver bens no mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as entranhas, como estará nele o amor de Deus?” (I Jo 3.17; At 4.34,35); das construções dos templos; das viúvas e dos órfãos; dos missionários e dos grandes projetos que edificam o reino de Deus.

4. “ANDES HUMILDEMENTE COM TEU DEUS” (Mq 6.8)
Assim como todo o pecado significa rebelião e insubordinação diante de Deus e a sua majestade, assim também a salvação denota humilhação (Tg 4.10)
4.1 - O crente deve andar humildemente! (Mq 6.8) – A salvação é um andar na presença de Deus, conforme a sua vontade, e não segundo a carne (Rm 8.4). Como se expressa esta humildade?
a. O que é humilde, quer de coração obedecer a Deus (Rm 6.16,17). Ele foi eleito por Deus para obedecê-lo (1 Pe 1.2).
b. O que é humilde, dá glória a Deus por tudo. Ele sabe que tudo o que possui foi recebido de Deus (1 Co 4.7) e tudo que fazemos é pela graça de Deus (1 Co 15.10) e assim só Ele merece todo o louvor.
c. O humilde vê apenas a sua própria pequenez e insuficiência (Mt 5.3; Ap 2.9). Por isto ele recebe poder de Deus, o qual se aperfeiçoa em fraqueza (2 Co 12.9,10). Todos os que Deus usa sentem-se pequenos, como João Batista (Jo 3.30), ou Jeremias (Jr 1.6,7), Salomão (1 Rs 3.7). Deus tem promessas especiais para os pequenos: Is 41.14,15; Lc 12.32.
4.2 - Como ser humilde? A Bíblia responde: “Humilhai-vos debaixo da potente mão de Deus” (1 PE 5.6; Tg 4.10). Quando nós buscamos a Deus de coração, pedindo humildade, dispostos a entregar-lhe toda a nossa vida e pedir perdão pelas nossas faltas, dispostos a obedecê-lo em tudo, então Ele, que habita na eternidade, cujo nome é santo, habita “com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o coração dos contritos” (Is 57.15). A Bíblia diz: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17). Amém.

Pr. Gualter Guedes

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O PERFUME PRECIOSO


Mateus 26.6-13

Estando em casa de Simão para o jantar, Cristo foi homenageado por uma mulher, que se chamava Maria, que derramou sobre ele todo o nardo contido em um vaso de alabastro. Toda a casa se encheu daquele perfume maravilhoso, atraindo a atenção de todos os presentes, inclusive dos discípulos, que disseram: "Que desperdício! Poder-se-ia vender este perfume e dar o dinheiro aos pobres." Ao que Cristo respondeu: "Aos pobres, sempre tendes convosco, mas a mim, nem sempre tereis." (Mateus 26)

Tal episódio de rara beleza nos impressiona e ensina. O ato de Maria surpreendeu a todos e até hoje surpreende. Jesus disse que onde o evangelho fosse pregado, aquela ação seria mencionada.

Naquele tempo, era comum as jovens fazerem suas economias para comprarem o nardo, um perfume muito caro. A essência ia sendo juntada em um vaso a fim de ser utilizada na noite de núpcias. Pensando nesses detalhes, notamos o quanto era importante aquele vaso de perfume para sua possuidora. Representava suas economias, talvez até realizadas com sacrifício, e simbolizava também seus sonhos, seus ideais referentes ao matrimônio e à família. Quanto valor colocado e representado por um vaso de perfume!

O que Maria fez? Derramou todo aquele perfume sobre Cristo. Isso foi mais do que uma homenagem, foi uma entrega total. É como se ela dissesse: "Senhor, eu entrego a ti tudo o que sou. Eu entrego o melhor que possuo: meus sonhos, meus desejos, meus ideais, meus planos e objetivos." Foi um ato de dedicação absoluta. Notamos que ela não derramou outro líquido que pudesse ser mais barato e conseguido com mais facilidade, como água, por exemplo. Maria deu o que ela possuía de mais precioso. Isso nos ensina a dar o melhor para Deus, fazer o melhor para ele, mesmo que nos custe um preço alto.

O ato de "derramar" nos traz três lições:

Dedicação exclusiva - Tendo derramado todo o perfume sobre Jesus, Maria não poderia mais prestar essa homenagem a outra pessoa. Tendo o compromisso que temos com Cristo, não podemos tê-lo com um ídolo. Nada restou do nosso perfume que possa ser dado a outro deus.

Dedicação sem reservas - Ela não guardou um pouco do perfume para si mesma. Não haverá nenhuma área da nossa vida que não esteja sob o domínio do Senhor. Somos dele por completo.

Dedicação sem retorno - Uma vez derramado, o perfume não podia ser retomado ou recuperado. Não vamos, amanhã ou depois, pedir ao Senhor que nos devolva o que lhe entregamos. Não vamos desistir da nossa aliança com ele. Se derramarmos nossa alma diante do Senhor não vamos tomá-la de volta. Nosso vínculo com Jesus é um casamento sem divórcio. Assim deve ser nossa dedicação ao Senhor. Entreguemo-nos completamente e definitivamente.

Aquele aroma maravilhoso se propagou pela casa e atingiu a todos. Assim é o efeito do testemunho silencioso de uma vida derramada na presença de Deus. Mesmo os que quiserem ignorá-la não poderão. Diante daquele exemplo de desprendimento, alguns disseram: "Que desperdício!" Essas palavras poderão ser ouvidas ainda hoje por aqueles que se dedicam ao Senhor. Alguém poderá dizer que estamos desperdiçando nosso tempo, nosso dinheiro, nossa juventude, nossa vida, etc.. Entretanto, nossa dedicação a Deus não é desperdício, é investimento. Tudo o que entregamos ao Senhor será como uma semente lançada ao solo. O ato de semear pode parecer um desperdício. Parece que o semeador está jogando fora as sementes. Porém, no dia da colheita, o trabalhador se alegra com o fruto do seu labor.

Naquele instante, até os pobres foram lembrados. O discurso daqueles defensores dos pobres parece até uma tese da Teologia da Libertação. O fato é que qualquer argumento será usado por aqueles que querem tirar nossa atenção do Senhor. Muitos querem que desviemos nossa visão de Jesus para nos dedicarmos a outras causas, que podem até ser nobres e feitas em nome de Cristo, mas não devem tomar o lugar de Deus em nossas vidas. É verdade que, quando ajudamos aos pobres, estamos fazendo a obra de Deus, e devemos fazê-lo, mas isso não substitui uma experiência pessoal com Jesus Cristo. O amor ao próximo é importante, mas não é tudo. O primeiro mandamento é o amor a Deus. Logo, se alguém vive se dedicando ao trabalho social, mas não é convertido nem obediente a Deus, está praticando obras mortas, sem valor espiritual. As obras de caridade não têm o poder de salvar ninguém. Contudo, se somos convertidos e fazemos boas obras, estas têm grande valor e por elas seremos recompensados. Notemos que Jesus não condenou a ajuda aos pobres. Ele disse que sempre teríamos os pobres conosco. Assim, poderíamos ajudá-los sempre. Entretanto, esta ajuda não substitui nosso culto e dedicação da vida ao Senhor através de um compromisso de obediência. Essa questão atinge também àqueles que acham que podem deixar de contribuir na igreja a fim de ajudarem lá fora a quem precisa. Na realidade, as duas coisas são importantes e devem ser tratadas na ordem correta de prioridades.

O que nós estamos dando ao Senhor? Como estamos trabalhando pelo seu reino? Que Deus nos ajude a alcançar o nível de fazermos o melhor, de entregarmos o melhor e de colocarmos o Senhor acima de tudo em nossas vidas. Dessa forma, o bom perfume de Cristo será sentido em todos os lugares onde estivermos.

Pr. Gualter Guedes

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

A MENSAGEM DA VIDA DE OSÉIAS


Viver a mensagem foi algo especialmente real para Oséias. Deus ordenou que desposasse uma mulher de prostituições (1.2). Dela (Gômer) teve três filhos cujos nomes falavam da rejeição do povo (Jizreel, 1.4,5 – Lo-Ruama, 1.6,7 – Lo-Ami 1.9,10). O casamento de Oséias simboliza: 1. A infidelidade do povo, mas também, 2. A fidelidade e o amor de Deus. O profeta vê-se obrigado a despedir sua esposa, mas recebe de Deus ordem de novamente buscá-la e aceitá-la (3.1). Assim também o Senhor tratará o seu povo infiel (2.19-23).

Com profunda energia, o profeta aborda a infidelidade do povo que havia rejeitado o Senhor e estava servindo a outros deuses. Ele não apenas aponta em que consiste a infidelidade (4.1-6.3), mas também as consequências desse pecado (6.4 - 10.15). Num tom mesclado de ira e de tristeza, Oséias descreve o juízo que certamente virá. Ao mesmo tempo, porém, ele fala, como nenhum dos outros profetas: do amor misericordioso do Senhor. Ninguém descreveu de modo mais belo como a misericórdia de Deus é acionada (11.1-9). Comparando o relacionamento do povo com Jeová à relação que existe em um casamento, Oséias apresenta um dos pensamentos fundamentais da Bíblia.

O seu nome significa salvação. Ele recebeu de volta a sua esposa infiel. Deus nos mostra que nos ama acima de qualquer coisa, e disso Ele provou na cruz do calvário, não podemos esquecer da mensagem do profeta Oséias, e lembrar-mos de não sermos infiéis para com nosso Deus. Como noiva de Cristo, somos cheios de erros e de falhas, mas Cristo nos entende, e se temos um coração quebrantado e propósito para com Deus, na nossa infidelidade, em perdão, Ele nos ampara e nos presenteia com a sua salvação.

O livro do Profeta Oséias, tem uma mensagem muito poderosa para nossas vidas, e nos ensina uma grande lição, do amor de nosso Deus por nós e sua misericórdia pelas nossas fraquezas.

Amados, vamos fazer o possível e o impossível para não sermos infiéis, mas se formos infiéis, Ele permanece fiel: não pode negar-se a si mesmo. (II Timóteo 2.13).

Pr. Gualter Guedes

sábado, 19 de setembro de 2009

O ARREBATAMENTO DA IGREJA


1. INTRODUÇÃO
A dispensação da graça, em que viemos, findará e, a partir de então, começarão os fatos que são chamados pelos estudiosos da Bíblia de “últimas coisas”. O primeiro destes fatos é o arrebatamento da Igreja.
Nós, os salvos, membros do corpo de Cristo, têm o arrebatamento da Igreja como sendo a nossa esperança.

2. A VOLTA DO SENHOR JESUS
2.1 - A Igreja primitiva esperava a volta de Jesus
A noção de que Jesus voltaria a esta terra por uma segunda vez, até a revelação proporcionada por Jesus a Seus discípulos, não era algo evidente.
Jesus deixou bem claro aos discípulos a respeito da Sua volta.
Os escritos dos apóstolos mostram, também, com clareza, que a Igreja esperava ansiosamente a volta de Jesus.

2.2 - A idéia da volta de Cristo na história da Igreja
Por conta até de alguns exageros, a mensagem escatológica, paulatinamente, foi perdendo força no meio da Igreja.
A expressão “volta de Cristo”, também chamada de “advento” ou, ainda, “segundo advento”, passou a representar apenas o retorno de Jesus para julgar os vivos e os mortos.
Este ponto-de-vista distorcido das Escrituras prevaleceu na história da Igreja até o século XIX.
Foi somente a partir do século XIX, porém, que a idéia bíblica da vinda de Cristo como um evento que antecede o reino milenial e que se desenvolverá em duas fases distintas ganhou corpo.

2.3 - “VOLTA DE CRISTO” - Episódio que tem duas fazes bem distintas, a saber:
a) o arrebatamento da Igreja (I Co.15 e I Ts.4) - Jesus vem buscar a Sua Igreja, nos ares, para que ela não passe pela Grande Tribulação.
b) a vinda em glória ou volta triunfal (em grego, a “parousia”) (Zc.12:9,10; Ap.1:7; 19:11-21, entre outras) - Jesus descerá no monte das Oliveira e impedirá a destruição de Israel - “batalha do Armagedom”.

2.4 - O que é o arrebatamento da Igreja?
A Igreja está esperando Jesus (I Co.1:7; Fp.3:20; Tt.2:13; Tg.5:7; II Pe.3:1-13; I Jo.3:1-3; Jd.21).
Arrebatamento da Igreja - acontecimento em que Jesus retirará a Sua Igreja da face da terra, no exato instante em que se iniciar a septuagésima semana de Daniel, quando Deus, então, tratará com os outros dois povos, Israel e os gentios.
“Arrebatamento” - “retirada repentina, rápida, de improviso”.

3. QUANDO SE DARÁ O ARREBATAMENTO DA IGREJA?
“…porém daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu Pai.” (Mt.24:36; Mc.13:32).
Porque Deus não revelou a data do arrebatamento da Igreja ao Seu povo? Por que não é Deus de confusão (I Co.14:33).
O caráter de Deus impõe a incerteza da data do arrebatamento da Igreja.
Dispensação da graça - o “tempo que se chama hoje”.
Pensamento ou sentimento de “demora de Jesus” - uma atitude típica daqueles que estão se desviando dos caminhos do Senhor (I Pe.3:3).
Apesar do texto bíblico, muitos se aventuram a marcar a data do arrebatamento da Igreja – tomemos cuidado !
O arrebatamento da Igreja se dará antes do início da Grande Tribulação.

4. COMO SERÁ O ARREBATAMENTO?
4.1 - A sequencia dos fatos do arrebatamento.
1) Senhor Jesus está pronto, aguardando apenas a ordem do Pai para buscar a Sua Igreja.
2) Ao ser concedida esta ordem, o diabo e seus anjos serão retirados dos ares e precipitados sobre a terra, o que será feito pelo arcanjo Miguel (Ap.12:7-9,12).
3) Dada a ordem pelo Pai, Jesus descerá do céu com alarido, com voz de arcanjo e com a trombeta de Deus. Jesus, como um verdadeiro comandante e líder, estará convocando o Seu povo para uma reunião.
4) Feita a convocação, ocorrerá a ressurreição dos crentes que morreram no Senhor, daqueles que estão dormindo no Senhor (I Ts.4:13).
5) Completada a ressurreição dos crentes mortos, segue-se a transformação dos crentes que estiverem vivos no dia do arrebatamento da Igreja. (I Ts.4:15; I Co.15:52).
6) Operada a transformação dos crentes vivos, todos os crentes se encontrarão com Jesus nos ares, limpos da presença do diabo, que foi jogado na terra, com seus anjos.

4.2 - É oportuno aqui observar, que:
a) o processo de ressurreição, de transformação e de reunião dos crentes será efetuado pelo Espírito Santo, que levará a Igreja ao encontro do Senhor Jesus nos ares, entregando-Lhe a Noiva. (Gn.1:2; Rm.8:11).
b) Todos estes eventos ocorrerão em tempo ínfimo, pois a Bíblia diz que isto se dará “num abrir e fechar de olhos” (I Co.15:52a), na velocidade da luz (Mt.24:27)
 
VOCÊ "PODE" ORAR COM SINCERIDADE : “ORA VEM, SENHOR JESUS”?

VOCE ESTÁ REALMENTE PREPARADO? HUM.... ESPERO QUE ESTEJA!

PR. GUALTER GUEDES

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

A DOUTRINA E A IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA CRISTÃ (1 Pedro 2.18-25)

I - SIGNIFICADO DA PALAVRA
1. Definição
A palavra mordomo tem uma significação profunda para a vida cristã. Dizer a um crente, porém, que ele é mordomo de Deus, nem sempre lhe desperta o coração para os incontáveis privilégios e responsabilidades dessa função. Isso acontece porque o significado da palavra é pouco conhecido.
Mordomo quer dizer, literalmente, ecônomo, isto é, aquele que é incumbido da direção da casa, o administrador. É a pessoa a quem é entregue tudo quanto o patrão possui para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o dono da casa incumbe do governo daquilo que lhe é mais precioso. Em linguagem bíblica isso quer dizer não só terras, dinheiro, jóias e bens materiais em geral, mas também o cuidado da esposa e dos filhos do senhor, bem como a reputação e até a vida dele. Daí podemos concluir o que o Senhor exige de nós quando nos constitui mordomos seus. É com temor e tremor que devemos assumir nossa responsabilidade. Contudo, por outro lado, é também com regozijo em nosso coração, por ele nos ter confiado um posto de tantas oportunidades para glorificar seu santo nome.
2. Exemplos
Há dois incidentes bíblicos que nos ajudam a esclarecer os deveres de um mordomo.
- Encontramos o primeiro com Eliézer, servo de Abrãao (Gn 24.2)
- O segundo exemplo está relacionado a José. (Gn 39.4 e 6)

II – BASE BÍBLICA DA DOUTRINA
A Bíblia ensina, por preceitos e exemplos, que somos mordomos de Deus. Ele nos confiou a administração de bens e poderes que Lhe pertencem, e a Ele tão-somente.
Através dos séculos, passado o período apostólico, cristãos têm aberto o Livro Sagrado milhares de vezes. Todos têm procurado viver as verdades bíblicas. Causa-nos estranheza, porém, verificar que a doutrina da mordomia nunca chegou a ocupar, nos escritos e na vida deles, o lugar que merecia. Só nas últimas décadas é que se tem dado uma ênfase maior ao estudo da mordomia.
Vamos expor resumidamente o que as Escrituras têm a dizer sobre a mordomia. Estamos certos de que as passagens indicadas vão merecer um estudo cuidadoso.
Vale a pena você dedicar um tempo para ler cada uma das passagens e para meditar nas verdades que elas apresentam.
1. O universo pertence a Deus (Gn 1.1; 14.22; Dt 10.14; 1 Cr 29.13-16; Sl 24.1; 50.10-12; 89.11; Jr 27.5).
2. O homem pertence a Deus:
- Por direito de criação (Gn 1.27; 2.7; Is 42.5; 43.1-7; Ez 18.4).
- Por direito de preservação (At 14.15-17; 17.22-28; Cl 1.17; 1 Pe 1.5).
- Por direito de redenção (Ex 19.5; 1 Co 6.19,20; Tt 2.14; ap 5.9).

III - A IMPORTÂNCIA DA MORDOMIA NA VIDA CRISTÃ
Talvez não haja outra doutrina capaz de influenciar tanto a vida de um crente como a da mordomia. Para isso, contudo, deve ser devidamente compreendida e praticada.

1. Senso do sagrado
Antes de tudo, deixará de existir em nossa vida a diferença que, em geral, se faz entre atividades religiosas e seculares. A religião não será mais uma atividade que tome de nós certos dias e horas. Cada minuto de nossa vida será sagrado, porque pertence a Deus. Nosso trabalho deixará de ser uma coisa mecânica e material para ser algo inspirado pela graça de Deus. Estamos cooperando como o Senhor no desenvolvimento e progresso de um mundo que ele mesmo criou e mantém.
Enquanto fugia do irmão Jacó teve a visão maravilhosa de uma escada, cujo topo tocava ao céu, e pôde ver a Deus no seu trono de glória. Ao despertar do sono, exclamou: “Na verdade, o Senhor está neste lugar, e eu não o sabia” (Gn 28.16).
O mordomo fiel, despertado por uma visão nova e mais ampla, verá a Deus e a mão divina em lugares e coisas que lhe pareciam despidas de caráter religioso. Não só a igreja, mas o lar, o trabalho e a escola participam dessa esfera sagrada, porque Deus está em toda parte como criado e preservador. Não haverá mais coisas lícitas aqui e ilícitas lá, porque todo o lugar que a planta do nosso pé pisar será terra santa (Êx. 3.1-5).

2. Senso de responsabilidade
O conceito cristão de mordomo fará aumentar ainda o senso de nossa responsabilidade. Eis perante nós um mundo criado por Deus, com tudo quanto nela há, por cujo desenvolvimento somos responsáveis. Eis aqui nós mesmos, criados à imagem de Deus, e tendo de prestar constas da nossa vida, em toda a riqueza de suas manifestações. Eis aqui também almas imortais, sem conhecimento da graça salvadora de Cristo, às quais nos cabe levar a boa-nova. Tremendas são as nossas responsabilidades como mordomos de Deus!

3. Senso de dependência
Cientes de nossa fragilidade e incapacidade para bem desempenhar a mordomia, somos levados a depender do Espírito Santo. Deus faz com que seu espírito habite em nossa alma para conduzir-nos à vida abundante de despenseiros da sua multiforme graça (1 Pe 4.10)
Temos a preciosa promessa de Jesus, que nos garante a assistência do espírito a fim de nos orientar no bom exercício de nossa mordomia. Ele nos esclarece quanto aos deveres cristãos, fortalece-nos para o desempenho da tarefa de cada dia, purifica-nos a fim de que sejamos “utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra” (2 Tm 2.21). Nenhum mordomo poderá servir como eficiência se não tiver uma vida orientada pelo Espírito divino.

IV – O SUPREMO EXEMPLO
Jesus não só ilustra a verdade da mordomia em seus ensinos, mas ilustra de modo muito claro e sobremodo inspirador na própria vida. Ele se reconhecia mordomo de Deus encarregado da tarefa supre de alcançar a reconciliação com a raça humana. Ele passou a vida toda orientado por esse propósito. Seu desejo constante era fazer a vontade daquele a serviço do qual se encontrava na Terra.
Como mordomos de Deus, não estamos palmilhando uma estrada virgem. Ela já foi pisada por alguém que é o supremo modelo dos que desejam ser fiéis despenseiros. Ele nos deixou o exemplo para que sigamos suas pisadas (1 Pe 2.21).
Inspirados na magnífica personalidade de Jesus caminhemos com passos firmes. Avancemos como mordomos que não têm de que se envergonhar, que procuram desempenhar com fidelidade a tarefa que lhes foi entregue!

“A mordomia bíblica é o reconhecimento da soberania de Deus, a aceitação do nosso cargo de depositários da vida e das possessões, e a administração destas de acordo com a vontade de Deus.”

Pr. Gualter Guedes

terça-feira, 8 de setembro de 2009

JESUS COMO O MESTRE DIVINO (João Cap. 3)

Talvez esse seja o capítulo mais importante do evangelho de João, pois trata do novo nascimento.Alguns grupos religiosos fazem tanta confusão a respeito desse assunto que muitos membros da igreja abandonam os líderes religiosos que, como Nicodemos, não têm idéia do que significa nascer de novo.

I. A NECESSIDADE DE NASCER DE NOVO (3.1-5)
A. É necessário ver (vivenciar) o reino de Deus (v. 3)
B. É necessário entrar no reino de Deus (v. 5)

II. A NATUREZA DO NOVO NASCIMENTO (3.6-13)
A. O novo nascimento é um nascimento espiritual (vv. 6,7)
B. Ele é um nascimento misterioso (vv. 8-10)
C. Ele é um nascimento real (vv.11-13)

III. O FUNDAMENTO PARA O NOVO NASCIMENTO (3.14-21)
A. Cristo teve de morrer (vv.14-17)
B. Os pecadores têm de crer (vv. 18-21)

IV. A CONFUSÃO SOBRE O NOVO NASCIMENTO (3.22-36)
      O versículo 25 declara: “Ora, entre os discípulos de João e um judeu suscitou-se uma contenda com respeito à purificação”. Esse judeu poderia ser Nicodemos ainda em busca da verdade? Nicodemos, como muitas pessoas de hoje, estava confuso em relação ao batismo e às cerimônias religiosas. Talvez ele pensasse que “nascer da água” significasse batismo, ou alguns ritos judaicos de purificação. Observe como João Batista encaminha esse judeu a Cristo. A Bíblia usaria esse momento para dizer que o batismo é necessário para a salvação, se esse fosse o caso, mas não o faz. Em vez disso, a ênfase recai sobre o crer (v. 36).
     É evidente que Nicodemos saiu das trevas e, no fim, tornou-se um cristão que nasceu de novo. Em João 3, vemos Nicodemos nas trevas da confusão; em João 7.45-53, o vemos na aurora da convicção, disposto a dar-lhe uma audiência justa; e em João 19.38-42, Nicodemos está na plena luz da confissão e identifica-se abertamente com Cristo.

Pr. Gualter Guedes

JESUS COMO O FILHO DE DEUS (João Cap. 1)


JESUS COMO O FILHO DE DEUS (João 1 Vers. 1 ao 14)

Conferir  as referências da direita concernentes aos versículos de João 1.1-14
Versículo 1  ..............................Hebreus Cap. 1
Versículos 2,3 ..........................Gênesis 1.26
Versículos , 5 ...........................Isaías 9.2
Versículos 6-9 ..........................Isaías 40.3 / Lucas 7.27
Versículos 10, 11 .....................João 17.11-17
Versículo 12 .............................Romanos 8.14
Versículos 13, 14 .....................Tiago 1.18 / 1 Pedro 1.23

I - O NOME DE CRISTO PROVA QUE ELE É FILHO DE DEUS
A – ELE É A PALAVRA (1.1-3, 14)
B – ELE É A LUZ (1.4-13)
C – ELE É O FILHO DE DEUS (1.15-18, 30-34, 49)
D – ELE É O CRISTO (1.19-28, 35-42)
E – ELE É O CORDEIRO DE DEUS (1.29, 35-36)
F – ELE É O REI DE ISRAEL (1.43-49)
G – ELE É O FILHO DO HOMEM (1.50, 51)

II – AS OBRAS DE CRISTO PROVAM QUE ELE É O FILHO DE DEUS
A – ELE CRIOU O MUNDO (1.1-4)
B – ELE DÁ SALVAÇÃO AOS HOMENS (1.9-13)
C – ELE REVELA DEUS (1.15-18)
D – ELE BATIZA COM O ESPÍRITO SANTO (1.33)
E – ELE CONHECE INTIMAMENTE OS HOMENS (1.42, 47,48)
F – ELE PERDOA PECADOS (1.29)
G – ELE É O CAMINHO PARA O CÉU (1.50,51)

III – TESTEMUNHOS PROVAM QUE CRISTO É O FILHO DE DEUS
A – JOÃO BATISTA (1.7, 15, 29)
B – JOÃO O APÓSTOLO (AUTOR DO LIVRO) (1.14 “VIMOS A SUA GLÓRIA”)
C – OS PROFETAS DO ANTIGO TESTAMENTO (1.30, 45)
D – O ESPÍRITO SANTO (1.33,34)
E – ANDRÉ (1.41); Ele foi um ganhador de almas e começou por sua família
F – FILIPE (1.41); Apoiou seu testemunho com a Palavra de Deus, uma política sábia para todas as testemunhas
G – NATANAEL (1.49)

NOTA:
João Batista foi o pregador que salvou a João e André.
Pedro encontrou Cristo por causa da obra pessoal de André. Cristo chamou Filipe pessoalmente, e Natanael encontrou a Cristo por meio da Palavra e do Testemunho de Filipe. Deus usa pessoas e circunstâncias distintas para trazer as pessoas para seu Filho. Ele é um Deus com variedade infinita.

Pr. Gualter Guedes

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A OBRA É DE DEUS, ELE A SUSTEM

O Senhor não Se esquece dos que trabalham com amor
Cristo, por intermédio do profeta, mandou que: “Repartas o teu pão com o faminto”, e fartes “a alma aflita”; “vendo o nu o cubras”, e “recolhas em casa os pobres desterrados”, Is. 58.7-10. Ordenou-nos: “Ide por todo o mundo pregai o evangelho a toda a criatura”. Mc. 16.15. Quantas vezes, porém, nosso coração sucumbe e falha-nos a fé, ao vermos quão grande é a necessidade, quão limitados os meios em nossas mãos! Como André, ao olhar aos cinco pães de cevada e os dois peixinhos, exclamamos: “Que é isso para tantos?” João 6.9. Hesitamos freqüentemente, não dispostos a dar tudo o que temos, temendo gastar e ser gastos por outros. Mas Jesus nos manda: “Dai-lhes vós de comer”. Mt. 14.16. Sua ordem é uma promessa; e em seu apoio está o mesmo poder que alimentou a multidão junto ao mar.
No ato de Cristo, de suprir as necessidades temporais de uma faminta massa de povo, está envolvida profunda lição espiritual para todos os Seus obreiros. Cristo recebeu do Pai; passou-o aos discípulos; eles o entregaram à multidão; e o povo unas aos outros. Assim todos quantos se acham ligados a Cristo devem receber dEle o Pão da vida. O alimento celestial, e passá-lo a outros.
Com plena confiança em Deus, Jesus tomou a pequena provisão de pães, e se bem que não houvesse senão uma porção pequenina para Sua própria família de discípulos, não os convidou a comer, mas começou a lhos distribuir, ordenando que servissem ao povo. O alimento multiplicava-se-Lhe nas mãos; e as mãos dos discípulos, estendendo-se para Cristo – o próprio Pão da vida – nunca ficavam vazias. O diminuto suprimento foi suficiente para todos. Depois de haver sido satisfeita a necessidade do povo, as sobras foram recolhidas, e Cristo e os discípulos comeram juntos da preciosa comida, fornecida pelo Céu.
Os discípulos foram o meio de comunicação entre Cristo e o povo. Isso deve ser uma grande animação para os discípulos dEle hoje em dia. Cristo é o grande centro, a fonte de toda força. Dele devem, os discípulos, receber a provisão. Os mais inteligentes, os mais bem-dotados espiritualmente, só podem comunicar, à medida que recebem. Não podem, de si mesmos, suprir coisa alguma às necessidades da alma. Só podemos transmitir aquilo que recebemos de Cristo; e só podemos receber à medida que comunicamos aos outros. À proporção que continuamos a dar, continuamos a receber, e quanto mais dermos, tanto mais havemos de receber. Assim estaremos de contínuo crendo, confiando, recebendo e transmitindo.
A obra da edificação do reino de Cristo irá avante, se bem que, segundo todas as aparências, caminhe devagar, e as impossibilidades pareçam testificar contra o seu progresso. A obra é de Deus, e Ele fornecerá meios e enviará auxiliares, sinceros e fervorosos discípulos, cujas mãos também estarão cheias de alimento para as famintas multidões. Deus não Se esquece dos que trabalham com amor para levar a palavra da vida a almas prestes a perecer, as quais, por sua vez, buscam alimento para outras almas famintas.
Há, em nossa obra para Deus risco de confiar demasiado no que pode fazer o homem, com seus talentos e capacidade. Muito freqüentemente o obreiro de Cristo deixa de compreender sua responsabilidade pessoal. Acha-se em perigo de eximir-se a seus encargos, fazendo-os recair sobre organizações, em lugar de apoiar-se nAquele que é a fonte de toda a força. Grande erro é confiar em sabedoria humana, ou em números, na obra de Deus. O trabalho bem sucedido para Cristo, não depende tanto de números ou de talentos, como da pureza de desígnio, da genuína simplicidade, da fervorosa e confiante fé. Devem-se assumir as responsabilidades pessoais, empreender os deveres pessoais e fazer esforços pessoais em favor dos que não conhecem a Cristo. Em lugar de transferir vossa responsabilidade para alguém que julgais mais bem-dotado que vós. Trabalhai segundo vossas aptidões.

O FATOR ISSACAR


Vivemos e ministramos em tempos de profundas e rápidas mudanças. As pessoas estão alterando seus hábitos e assimilando novas necessidades. Como a Igreja pode atender às necessidades das pessoas, se nem elas mesmas têm uma idéia exata do que carecem?
Os cientistas sociais têm identificado três eras bem distintas, que servem como um esboço da história: a sociedade rural, a revolução industrial e a era da informação. Dentro de uma mesma era, o tamanho da família, o contexto onde se vivia, o regime de trabalho e outras qualidades essenciais eram bem semelhantes. Essas características, entretanto, sofrem enorme variação de uma era para outra.
Na época da sociedade rural, por exemplo, mais de 90% da força de trabalho estava ligada ao campo e a família estendida (ou clã) era a unidade-chave. Com a revolução industrial (1860), começa a era seguinte – a industrial -(que dura até o início da Segunda metade do século vinte), caracterizada pelo deslocamento da força de trabalho para as cidades e a diminuição do tamanho da família. Vem em seguida a era da informação (na qual estamos inseridos), a qual se distingue pelo crescimento espantoso da informação, mão-de-obra concentrada no setor de serviços, globalização, desagregação da família, etc.
Apenas dois dados para reforçar a caracterização desta era: Nos últimos 30 anos se produziu mais informação do que desde a criação do mundo até 30 anos atrás. Atualmente são lançados mais de mil livros por dia, no mundo.
É tamanha a exposição à informação que as pessoas manifestam dificuldades para prestar atenção e querer saber sobre mais alguma coisa, ouvem mais do que entendem, esquecem o que já aprenderam, não sabem usar o que aprenderam, compram alta tecnologia e tiram pouco proveito dela, têm pouco tempo livre, não querem assumir novos compromissos e estão cansadas de mudanças.
Nesse quadro, se coloca a questão: Estariam as denominações (umas mais, outras menos) trabalhando com modelos de ministérios desenvolvidos para a sociedade rural ou durante a era industrial, os quais podem não ser tão eficazes na era da informação?
Com essa pergunta em mente, Gary McIntosh, pastor e professor de uma faculdade de teologia na Califórnia, analisou mais de 500 igrejas, de 53 diferentes denominações, e publicou (em co-autoria com Glen Martin, outro pastor batista) os resultados de suas observações, bem como sugestões, num livro cujo título é o mesmo destas reflexões.*
“O FATOR ISSACAR” deriva de I Crônicas 12.32, que menciona os filhos de Issacar (cerca de 200 pessoas, num exército de 340 mil) que 1“possuíam especial discernimento quanto aos tempos em que viviam e sabiam o que Israel devia fazer”. Esse grupo infinitesimal (menos de 1%) se destacou pela sua habilidade de sintetizar os fatos e propor estratégias adequadas ao exército de Israel.
Não haverá espaço aqui nem para mencionar todas as áreas que foram pesquisadas. Também é importante destacar que em momento algum os pesquisadores insinuam que é necessário mudar o evangelho de acordo com a “última moda”. O objetivo se resume a discutir métodos, usos e estratégias.
Sobre a adoração, por exemplo, os pesquisadores verificaram que: (1) Os hinos estão sendo substituídos pelos cânticos de louvor; (2) instrumentos como órgão e piano estão dando lugar a pequenos conjuntos ou bandas; (3) antes, o andamento era mais lento; agora, mais rápido; (4) a atmosfera de celebração é preferida à de contemplação; (5) os cultos tendem a ser mais curtos; (6) se antes eram orientados para o áudio; atualmente a orientação é para o visual; (7) formatos variáveis têm sido preferidos a um formato padrão; (8) em vez de um planejamento discreto, muito planejamento, inclusive com ensaios, tem caracterizado os cultos mais freqüentados atualmente.
As igrejas que não estão conseguindo tornar a adoração um exercício agradável e interessante para as atuais gerações (aquela que nasceu junto com a TV) e a que nasceu junto com o computador) estão atraindo cada vez menos e menos adoradores. E, como ninguém se junta a uma igreja sem freqüentar cultos, é fundamental um dinâmico plano de adoração como o centro de tudo o mais que a Igreja realiza.
Sobre os cultos de oração do meio da semana, uma observação curiosa: como cada vez menos pessoas os freqüentam à noite (por trabalharem até mais tarde ou por causa da violência), as igrejas estão tendendo a realizá-los bem cedo, pela manhã, com melhor freqüência.
O FATOR ISSACAR relata a constatação de mudanças também nas áreas de: liderança, administração, evangelismo, ministério jovem, ministério infantil, etc.
Contra qualquer pensamento triunfalista de que “a realidade aqui no Brasil é outra”, convém lembrar que dentro de um mundo globalizado todas as coisas, principalmente as más, se propagam cada vez mais rapidamente e os problemas tendem a se homogeneizar. Por isso, os homens de Issacar precisam, com presteza, sintetizar os fatos e definir as estratégias para que a Igreja seja vitoriosa.
(* Glen Martin & Gary McIntosh, The Issachar Factor, Tennessee: Broadman & Holman Publishers, 207 págs.)


Comentário extraído da Bíblia de Estudo Pentecostal
12.32 CIÊNCIA DOS TEMPOS. Consoante a sua suprema sabedoria, Deus tem um tempo determinado e um momento certo para todos os seus propósitos e para o cumprimento das suas promessas (cf. Ec 3.1). Percebemos essa verdade no âmbito da natureza e também no seu reino, onde há tempos preestabelecidos (Sl 102.13) e tempos de mudança (Is 43.18,19), da máxima importância no contínuo propósito redentor de Deus. (1) As Escrituras revelam repetidamente como o povo de Deus muitas vezes deixa de perceber o que Deus está fazendo ou está prestes a fazer. Israel, como um todo, estava cego e ignorante quando Deus, na plenitude dos tempos, enviou seu Filho como o Messias que lhes fora prometido. Do mesmo modo, e com muita freqüência, a igreja não reconhece, nem discerne quando Deus está cumprindo um determinado aspecto do seu propósito. (2) As Escrituras mencionam de modo especial os filhos de Issacar, porque eles, dentre as doze tribos de Israel, compreendiam os tempos e discerniam o que Deus estava realizando, quando elevou Davi ao trono como seu ungido. Necessário é discernirmos os tempos e as estações para cooperarmos com Deus numa missão determinada, e acolher ou apoiar uma visão da parte de Deus, em tempos de mudança.

PRECIOSAS LIÇÕES DE UMA VELHA HISTÓRIA


Os perigos de usar cargos religiosos para vantagem pessoal

Como você sabe, boa parte de I e II Reis, no Antigo Testamento, é semelhante ao conteúdo dos livros de Crônicas. Entre os muitos nomes de reis e rainhas, e as breves descrições de seus reinos, encontra-se a intrigante história de Naamã (II Reis 5).
Naamã era comandante do exército da Síria, um poder regional. Rico e poderoso era respeitado por seus comandados, devido a sua bravura. Lamentavelmente, porém, era leproso, nada podendo fazer contra sua terrível doença.

FONTE DE ESPERANÇA
A história começa com uma menina de Israel que havia sido capturada por saqueadores sírios e levada como escrava para a casa de Naamã. Essa menina poderia ter se tornado totalmente arrasada e infeliz em sua situação – capturada por homens armados, conduzida para uma terra distante e forçada a trabalhar como escrava, numa sociedade pagã. Ela, contudo, manteve vivas, em seu coração, a fé e a esperança de sua família. Percebeu que, mesmo numa terra estranha, sob circunstâncias adversas, Deus tinha uma obra para ela realizar.
Ao saber da condição de Naamã, ela disse a sua patroa: “Tomara o meu senhor estivesse diante do profeta que está em Samaria. Ele o restauraria da sua lepra” (II Reis 5.3).
Alguma coisa na atitude e coragem da menina levou Naamã a crer nela. Com a permissão do rei, o comandante partiu para Samaria, com prata e ouro em suas mãos, além de dez vestes festivas. O rei sírio deu-lhe uma carta para ser entregue pessoalmente ao rei de Israel. “Logo, em chegando a ti esta carta, saberás que eu te enviei Naamã, meu servo, para que o cures da sua lepra” (Verso 6).
Esta é a maneira como o mundo trabalha: apela-se a quem se conhece. Você consegue o eu deseja quando se serve de sua posição e usa amizades. No caso do rei da Síria, porém, o método não funcionou. O rei de Israel era tão impotente para resolver o problema da lepra quanto Naamã.
Quando o lado vulnerável dos poderosos é desmascarado, o resultado é a desconfiança. “Acaso, sou Deus?” o rei de Israel perguntou. “Notai, pois, e vede que o rei da Síria procura um pretexto para romper comigo” (verso 7). Felizmente, o profeta Eliseu tinha ouvido sobre o incidente e enviou uma mensagem ao aflito rei: “Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em Israel” (verso 8).
Então, Naamã foi com sua comitiva ao encontro de Eliseu em algum lugar da montanhosa região de Samaria. Ele, entretanto, não encontrou Eliseu, mas o seu servo, eu reproduziu as palavras do profeta: “Vai, lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne será restaurada, e ficarás limpo” (verso 10).
Isso foi demais para o segundo homem mais poderoso da Síria. Ele estava num país estrangeiro, em pé num solo poeirento, protegido por sua guarda pessoal, com dez talentos de prata, seis mil ciclos de ouro, dez vestes festivas e uma carta nas mãos. E, então, foi informado por um servo que devia lavar-se num pequeno e insignificante rio. Que humilhação! “Não são, porventura, Abana e Farfar, rios de Damasco, melhores do que todas as águas de Israel? Não poderia eu lavar-me neles e ficar limpo? E voltou-se e se foi com indignação” (verso 12).
Seus assistentes, porém, levantaram a cabeça e lhe deram um sábio conselho: “Meu pai, se te houvesse dito o profeta alguma coisa difícil, acaso não a farias?: Quanto mais, já que apenas te disse: Lava-te e ficarás limpo” (verso 13). Então, Naamã engoliu seu orgulho, seguiu o conselho de Eliseu e foi curado.
Ao invés de voltar imediatamente para a Síria, Naamã retornou com sua comitiva ao humilde lar de Eliseu. Uma noa idéia havia brotado em sua mente. Naamã compreendera a verdadeira fonte de poder e auxílio. “Eis que, agora, reconheço que em toda a terra não há Deus, senão em Israel”, ele disse diante do profeta e seus acompanhantes (ver versículo 15).
Naamã, porém, não conseguiu convencer Eliseu a aceitar nada de suas mãos. Intrigado com a recusa do profeta, Naamã retornou a Síria curado, convertido e feliz.
Gostaríamos que a história terminasse aqui. Infelizmente, não foi assim. O servo de Eliseu, Geazi, não entendeu por que seu mestre agira daquela maneira. Admitiu que Eliseu havia perdido uma oportunidade singular de cobrar alguma coisa pelo milagre e assim conseguir uma aposentadoria antecipada – juntamente com seu servo, obviamente! Então, Geazi correu atrás de Naamã e, usando uma história fantasiosa, pediu ao comandante que lhe desse dois talentos de prata e duas vestes festivas.
A primeira mentira de Geazi, no entanto, forçou-o a mentir a Eliseu, quando retornou. A punição por sua ambição foi rápida: “A lepra de Naamã se pegará a ti”, disse o profeta (verso 27). Ao se retirar, a lepra de Geazi era tão branca quanto a neve.

TRÊS LIÇÕES
Podemos aprender pelo menos três lições dessa dramática história.
1. Não há pessoas insignificantes no grande plano de Deus. Nesta história, as pessoas importantes não são os ricos e poderosos; ao contrário, são os servos. A escrava é a fonte da notícia de que havia um profeta em Israel, e uma fiel testemunha da cura milagrosa. Os Oficiais de Naamã representam os que evitam que seu senhor fuja com raiva, encorajando-o a vencer seu constrangimento e a cumprir a singela ordem de Eliseu.
A Bíblia nos relembra, com freqüência, que Deus usa pessoas comuns para retratar Suas mensagens e cumprir Sua ordem – os desconhecidos servos neste milagre; os pastores de Belém; os pescadores da Galiléia; as mulheres junto à sepultura. Mesmo crianças têm valor na realização da obra de Deus no mundo.

2. O perigo de usar cargos religiosos para vantagem pessoal. Temos oportunidades de servir em diferentes maneiras: através de evangelismo, educação, assistência médica, desenvolvimento, serviço. São divinas responsabilidades que podem representar uma grande diferença na vida de muitas pessoas.
Mas, às vezes, nos esquecemos de que somos apenas canais dos recursos que Deus envia por meio da organização, para que outros sejam abençoados. Por vezes somos tentados a tirar vantagem de nossa posição ou autoridade, para conforto ou benefício pessoal, transformando nosso ministério em mercantilismo. O caso de Geazi é uma forte advertência de que devemos ser transparentes em nossas transações, para não sermos obstáculo aos que buscam a verdade, esperança, cura e salvação.

3. Esta interessante história nos leva a perguntar: a quem ou a quê nos dirigimos em nossos momentos de angústias? Riqueza, poder, posição e amizades não puderam ajudar o comandante da Síria. Ele tinha tudo isso, e podia depender disso para sua libertação. Mas poder e riqueza são dons, não garantias. A fé do comandante Naamã estava firmada em coisas erradas.
A quem recorreremos em busca de auxílio em tempos de sofrimento ou necessidade? Onde colocamos nossa fé quando nos sobrevêm crises? Em nossas próprias forças? Em nossos investimentos? Em nossas amizades? Nossa inteligência? Quando ministramos às necessidades dos outros, a quem eles dão crédito? Eles nos vêem? Ou vêem em nós servos desconhecidos de um magnificente Deus?

A única segurança verdadeira nesta vida encontra-se no relacionamento com Deus, o Criador dos céus e da Terra. Somente por meio de um seguro relacionamento com Ele estamos prontos para ajudar nossas igrejas e nossas comunidades.

Pr. Gualter Guedes