quarta-feira, 11 de novembro de 2009

CÂNON BÍBLICO


A Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa “livros”, devido ela reunir um conjunto de livros inspirados, chamados livros canônicos.

“Cânon bíblico”, o que é? Cânon é uma palavra latina que significa “modelo”. O termo latino é derivado do grego Kanon, de “cana”, instrumento de medida usado nos tempos bíblicos no lugar do nosso “metro” hoje.

O cânon bíblico, portanto, “é a lista dos livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e justo um pensamento ou doutrina (Gal. 6:16; II Tim. 3:16).” – Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário, edição 1994.

Os livros inspirados, como expressão da Palavra de deus, que formam o cânon bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos, que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.

LIVROS NÃO INSPIRADOS

As Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da “Bíblia grega”, ou “Septuaginta”, traduzida da Bíblia hebraica para o grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são: Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclisiástico e Baruc. – Frei Mauro Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17. Edição Paulinas.

Naquela época, a Grécia dominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.

Alguns erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente com os 66 livros canônicos da Bíblia:
1. Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-19  / livros inspirados: Isa. 63:8: Osé. 4:2 
2. Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 / livro inspirado: Prov. 25:21-22
3. Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6 / livro inspirado: Mat. 4:1-2
4. Deus dá espada para Simeão matar siquemitas. Judith 9:2 / livro inspirado: Gên. 34:30: 49:5-7
5. Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 Eclesiástico 3:30 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
6. Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 / livro inspirado: Atos 16:18
7. Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 9:2 / livro inspirado: Daniel 1:1
8. Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
9. Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 / livro inspirado: Tg. 5:14-16
10. Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16: Macabeus 1:16; 9:28 / livro inspirado: Isa. 63:8;  Mat. 5:37
11. Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12:42-45 / livro inspirado: Ecl. 9:5-6
12. Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 / livro inspirado: I João 1:7; Heb. 9:27
13. O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46 / livro inspirado: Êxo. 20:13

Tais erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível teste de “inspiração bíblica”, dos livros sagrados e canônicos, inseridos na “Constituição dogmática da fé católica”, no Concílio Vaticano I, que assim diz: “Os livros da Bíblia, a Igreja reputa-os sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação ou autoridade: nem somente porque contêm a revelação sem mistura de erros, mas sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igreja. “- Bíblia Traduzida pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.

Diante dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e canônicos, porque a Igreja Católica os declarou, pois ela própria diz que não é a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais livros são inspirados pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, estaremos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de erros e contradições!

A prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca reclamaram inspiração para eles, e, além de Macabeus afirmar que não havia profeta em seu tempo (I Mac. 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: “Se minha narração esta imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor” (II Mac. 2:24; 15:38 e 39). “Jerônimo, o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrífos, que significa ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados.” – Introdução Geral à Bíblia, pág. 88.

Os sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e doutrina (II Ped. 1:21).

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