segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Precisamos cuidar para não perdermos a maturidade com o Crescimento da Igreja

Vivemos dias em que o número de crentes evangélicos tem crescido e se espalhado grandemente. Graças a Deus por isto! Mas temos que reconhecer que este crescimento numérico tem se dado numa velocidade e intensidade muito maior do que a capacidade da Igreja de fazer crescer em maturidade. O próprio crescimento gera inúmeros problemas. Um deles é que muitas igrejas, na busca de abrir tantas novas frentes de trabalho para acolher os novos convertidos, tem formado uma nova geração de ministros às pressas. Não com um embasamento forte na Palavra, mas com o estritamente necessário para atender a demanda. E isto tem trazido ao arraial do povo de Deus um evangelho diluído, simplista. Há uma diferença entre o evangelho simples, que toca o homem diretamente nas suas necessidades e que dispensa qualquer intelectualismo, de um evangelho simplista que tenta dar respostas diferentes da Bíblia, e que ao tentar simplificar as questões esquece-se que está lidando com gente que pensa, que tem sentimentos. E assim estamos edificando uma geração confusa, machucada, cheia de dúvidas e até descrente - embora para se fugir do inferno as pessoas aprendam a conviver e até mesmo conformar-se com todas estas coisas.

Algo precisa sacudir-nos de nossa prepotência de acharmos que podemos entender Deus e sua forma de agir e ditar sempre e até antecipadamente como serão as coisas. Se algo acontece com alguém, sabemos porquê aconteceu; se deixa de acontecer sabemos exatamente porquê não aconteceu; temos respostas para tudo!

Eu não posso negar que o reino espiritual é regido por princípios, e que sempre tais princípios serão imutáveis; mas há uma grande diferença entre vê-los funcionando e discerni-los! Por exemplo, se alguém peca contra Deus, vai colher as conseqüências, que variam em função do comportamento da pessoa, se ela se arrepende ou não. Davi pecou adulterando e matando um amigo, foi perdoado por Deus (o que remove a mancha da culpa) mas colheu as conseqüências que lhe foram anunciadas pelo profeta Natã. Em uma outra situação (na carta à igreja em Tiatira) vemos Jesus repreendendo o pecado de uma mulher chamada Jezabel, e dizendo que no caso dela não se arrepender, seria julgada e prostrada de cama, num leito de enfermidade.

O pecado sempre tem conseqüências. Se me arrependo sou perdoado mas, ainda assim, colho as conseqüências. No caso de não me arrepender serei julgado. São situações diferentes, mas sempre haverá conseqüência. Pelo pecado de alguém podemos saber que haverá conseqüências e até prevenir a pessoa disto, mas o que não posso aceitar é a análise inversa. Pelas circunstâncias que alguém está vivendo, tentar dizer se ela está ou não em pecado. É um campo onde não podemos entrar, além de que não cabe a nós julgar!

A Igreja do Senhor tem falhado muito nesta matéria nestes dias... São respostas simplistas para tudo. Se alguém não recebeu a resposta à sua oração, é falta de fé. Se algo negativo aconteceu foi o diabo e é porque houve brecha espiritual. Se as coisas não estão bem é porque a pessoa está em pecado. E assim por diante. Muitas vezes o que está acontecendo pode ser uma destas coisas, mas não quer dizer que seja sempre só isto!

Não podemos nos considerar doutores em psicologia divina. Alguns são assim, parece que conseguem até mesmo se antecipar ao que Deus vai fazer. Neste caso Ele fará assim, no outro fará assado... mas os caminhos de Deus são mais altos que os nossos e seus pensamentos também! Paulo declarou aos coríntios: “Se alguém julga saber alguma cousa, com efeito não aprendeu ainda como convém saber” (I Co.8:2). Ninguém pode agir como um “sabe-tudo” em relação às coisas de Deus, principalmente em relação ao seu agir personalizado na vida de seus filhos.

Voltemos a confiar na soberania de Deus e a aceitar que nem sempre teremos as respostas, mas sempre poderemos caminhar na certeza de que Ele tem o melhor para nós, quer o entendamos, quer não.


Não estamos aqui para perguntar o porque disto, ou o porque daquilo. Deus é Deus. E pronto! E a resposta de tudo o que perguntamos esta na resposta ao profeta Habacuque 2.2-4. “Escreve a visão, e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá: se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; Mas o justo pela sua fé viverá”.


Pr. Gualter Guedes

2 comentários:

  1. Graça e paz

    Parabens pelo blog..estou seguindo
    convido-o a conhecer meu blog:
    cativosporcristo.blogpost.com
    abraços

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  2. Olá Pr. Gualter, concordo plenamente, visto que estamos vivendo dias onde as resposta aos nossos questionamentos são sempre de preferência simplistas e de acordo com a massa, visando o bem maior do que busca a resposta. Não se importando com a Verdade. Não falo apenas de ministros, mas de todos que tem acesso a um microfone em tribunas e até mesmo em salas de aula. A falta de conhecimento básico das Escrituras gera isso, o povo não quer ler, o povo quer ouvir, ouvir aquilo que lhe apraz. Aquilo lhe trás conforto as suas insuficiências, ouvir aquilo que trás conforto momentâneo ao seu ego, ao seu sentimento que está ferido.
    Dessa forma, vemos o amor se esfriar dentro de nossas igrejas... Pois nossos lideres não se preocupam em manter o compromisso com Deus, não tem compromisso com a verdade expressa na Palavra de Deus. Pregam-se inverdades, pregam-se teologia barata e simplista.
    Teologia? Falar em teologia dentro de muitos Arrais pode ser até considerado uma ofensa, afinal “Deus fala direto comigo...”, “Tenho novas revelações todas as vezes que subo ao monte...”. Para muitos nosso Apóstolo Paulo ficou muito a desejar, existe muito ô que ser revelado ainda...
    Heresia, heresia meu irmão, Deus fez, Deus faz, Deus continuará fazendo o que lhe apraz. Deus é Deus, Ele criou o mundo com sua Palavra, pode perdoar o pecador, assim como o amado colocou acima, algo inconcebível aos nossos olhos... Ele é Deus.
    Aqui fica meu agradecimento por esse seu artigo e que nossos lideres tenham mais cuidado ao dar oportunidade a pessoas pouco preparada. Que tenham o cuidado de orientar, preparar, discipular para que venhamos diminuir, ou até mesmo acabar com a deformação dos formadores de opinião.
    Pessoas que se utilizam dos fenômenos naturais e as intempérie comuns em nosso planeta para chamar a atenção para si, para amedrontar ao povo. Povo esse, que já vive a mercê do inimigo de nossas almas. Não devemos dar lugar ao inimigo, o púlpito não é lugar para pregar a favor do inimigo e sim do Senhor Jesus.
    O púlpito deve ser usado para pregar salvação, salvação através de Cristo.
    Todos os formadores de opinião deveriam sangrar no púlpito, deveriam sangrar ao preparar um sermão, deveriam sangrar ao preparar uma aula, deveriam sangrar ao orar... Essa deveria ser a pregação sempre, esse deveria ser o enfoque sempre... Jesus aquele que me salvou e me libertou!!! Amem.

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