quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A SANTIDADE DO PENSAMENTO

A batalha mais árdua contra o pecado é travada no campo do pensamento. A área mais difícil a ser controlada é o pensamento. É o desejo íntimo, secreto, que denuncia a nossa mais aguda pecaminosidade. O apóstolo Paulo diz que a cobiça, alojada no recôndito (desconhecido) do coração, no escrínio (cofrezinho estofado para guardar jóias) da mente é que revela nossa terrível pecaminosidade. (Romanos 7:7) É possível uma pessoa representar uma vida pura diante dos homens e viver na mais repugnante impureza aos olhos de Deus, como sepulcros caiados, que por fora se mostram belos, mas por dentro são cheios de imundícia. (Mateus 23:27)

Deus sonda os nossos pensamentos. (Salmo 139:2) Ele diagnostica o nosso íntimo. Jesus disse que é do coração que procedem os maus desígnios. (Mateus 15:19) É das religiões abissais (1. Abismal, 2. Diz se da região mais profunda dos oceanos, abaixo de 2.000m) do nosso ser que eclodem os pecados mais hediondos.

A Bíblia diz que o pensamento impuro é tão pecaminoso quando o ato impuro. Conforme o ensino do apóstolo João, o sentimento íntimo e secreto é como o assassinato. (I João 3:15) Por isso, Deus vai julgar os segredos do coração do homem. (Romanos 2:16; I Coríntios 4:5) Aquilo que guardamos com cuidado no porão da nossa mente e no sacrário (lugar onde se guardam objetos sagrados, óstias consagradas, tabernáculo) dos nossos pensamentos será trazido a plena luz.

Devemos como filhos de Deus, atentar para as advertências solenes quanto à santidade do pensamento. Devemos levar todos os nossos pensamentos cativos à obediência de Cristo. (II Coríntios 10:5) Nosso meditar deve ser agradável na presença de Deus. (Salmo 19:14) Devemos ocupar nosso pensamento com tudo o que é verdadeiro, respeitável, justo, amável e de boa fama. (Filipenses 4:8) Devemos buscar uma transformação profunda da nossa vida através da renovação de nossa mente. (Romanos 12:2) Nossos pensamentos regem nosso comportamento e o nosso comportamento determina os nossos pensamentos. Na verdade, somos o que pensamos. Diz a Bíblia. "assim como o homem pensa no seu coração, assim é ele." (Provérbios 23:7)

Devemos ter, portanto, uma mente pura, uma consciência pura e uma vida íntima íntegra, pois só assim viveremos sem máscaras e desfrutaremos de verdadeira paz. Só assim seremos santos, como Deus é santo. (I Pedro 1:16) Só assim veremos a Deus, porque só os puros de coração o verão. (Mateus 5:8) Devemos ter a mente de Cristo (I Coríntios 2:16) e pensar nas cousas lá do alto. (Colossenses 3:2)

Meus amados irmãos, mudemos a nossa maneira de viver. Orando em todo o tempo com orações e súplica no Senhor, pedindo a Deus nosso pai, em nome de Jesus, que Seu Espírito Santo nos ajude a mudar os nossos pensamentos.... Amém... Deus vos abençõe.

Pr. Gualter Guedes

NOSSA PALAVRA TEMPERADA COM SAL


"A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um". Cl 4:6.
Todos nós já tivemos necessidade de lamentar palavras que saíram de nossos lábios num momento de descuido. A língua nunca foi domada, por isso é importante que pelo menos aprendamos a controlá-la. Os crentes tem sido salvos pela pura graça de Deus e a graça é o princípio regedor de nossas línguas, e isso pelo resto de nossas vidas. Nós podemos muito facilmente falar de um ponto de vista legal ou egoístico antes de pensar, só que isto pode causar dano quase irreparável.

Se meditarmos mais na graça de Deus em Cristo Jesus, a nossa boca falará desta abundância do coração: quão bom se pudesse ser dito de nós, até certo ponto como foi dito do Senhor Jesus: "Nos teus lábios se extravasou a graça" Sl 45:2. Isto era tão verdadeiro, que as pessoas de Nazaré: "se maravilhavam das palavras de graça que lhe saíram dos lábios" Lc 4:22. Mas a nossa palavra deve ser "temperada com sal". o sal é um preservativo e parece ser um símbolo adequado de justiça. Contudo a justiça não deve ser a característica predominante de nossas palavras, mas somente o tempero delas. Sem ele, as nossas palavras de graça podem ser insípidas e fracas; mas, se em grande quantidade, elas podem ser ofensivas e inúteis. Um exemplo simples: Se teu alimento for temperado devidamente com sal, será para o benefício e satisfação do teu corpo. Mas se for usado em demasia, pode causar danos no seu organismo, precisando ser dosado moderadamente para novamente o corpo voltar ao normal em suas funções.

Da mesma forma, com a nossa palavra. Requer um constante exercício de coração, a fim de que possamos ser bem equilibrados naquilo que temos a dizer. Se somos prontos para ouvir, devemos ser tardios para falar Tg 1:19, refletindo sobre tudo que for dito, e como será dito. Na realidade, tudo pode ser falado, dependendo de como for falado. A nossa maneira de induzir o tom de nossas palavras, pode definir o sucesso de uma relação com outra pessoa ou o fracasso. Assim, seja a sua palavra temperada com sal, salpicado de grandes porções amor e com uma farta quantidade de sabedoria do alto. São os requisitos essenciais para a palavra ser saudável e rica da verdade de Deus.

Pr. Gualter Guedes


CÂNON BÍBLICO


A Escritura Sagrada recebe o título de Bíblia, palavra grega que significa “livros”, devido ela reunir um conjunto de livros inspirados, chamados livros canônicos.

“Cânon bíblico”, o que é? Cânon é uma palavra latina que significa “modelo”. O termo latino é derivado do grego Kanon, de “cana”, instrumento de medida usado nos tempos bíblicos no lugar do nosso “metro” hoje.

O cânon bíblico, portanto, “é a lista dos livros inspirados que formam a Bíblia, os quais dão testemunho autorizado da revelação de Deus, servindo como norma de procedimento cristão, e como critério ou régua, através dos quais se mede e julga correto e justo um pensamento ou doutrina (Gal. 6:16; II Tim. 3:16).” – Dicionário de Teologia Fundamental, págs. 122 e 123. Editora Vozes e Santuário, edição 1994.

Os livros inspirados, como expressão da Palavra de deus, que formam o cânon bíblico original, como regra de fé e doutrina, são 39 da Escritura hebraica do Antigo Testamento, e 27 do Novo Testamento, totalizando os 66 livros canônicos, que como verdades infalíveis e eternas, possuem autoridade final.

LIVROS NÃO INSPIRADOS

As Bíblias que contém sete livros a mais, foram extraídas da “Bíblia grega”, ou “Septuaginta”, traduzida da Bíblia hebraica para o grego no ano 250 a.C., quando então foram incluídos outros sete livros, que não faziam parte dos livros inspirados da Bíblia hebraica original, que são: Tobias, Judith, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclisiástico e Baruc. – Frei Mauro Strabeli, Bíblia, perguntas que o povo faz, págs. 16 e 17. Edição Paulinas.

Naquela época, a Grécia dominava o mundo e foi o rei Ptolomeu Filadelfo, do Egito, que ordenou a tradução da Septuaginta. Provavelmente os sete livros foram anexados a ela, a pedido dele, na ocasião ou posteriormente.

Alguns erros ensinados pelos sete livros não inspirados, que se chocam frontalmente com os 66 livros canônicos da Bíblia:
1. Narração de anjo mentindo sobre sua origem. Tobias 5:1-19  / livros inspirados: Isa. 63:8: Osé. 4:2 
2. Diz que se deve negar o pão aos ímpios. Eclesiástico 12:4-6 / livro inspirado: Prov. 25:21-22
3. Uma mulher jejuando toda a sua vida. Judith 8:5-6 / livro inspirado: Mat. 4:1-2
4. Deus dá espada para Simeão matar siquemitas. Judith 9:2 / livro inspirado: Gên. 34:30: 49:5-7
5. Dar esmola purifica do pecado. Tobias 12:9 Eclesiástico 3:30 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
6. Queimar fígado de peixe expulsa demônios. Tobias 6:6-8 / livro inspirado: Atos 16:18
7. Nabucodonosor foi rei da Assíria, em Nínive. Judith 9:2 / livro inspirado: Daniel 1:1
8. Honrar o pai traz o perdão dos pecados. Eclesiástico 3:3 / livro inspirado: I Ped. 1:18-19
9. Ensino de magia e superstição. Tobias 2:9 e 10; 6:5-8; 11:7-16 / livro inspirado: Tg. 5:14-16
10. Antíoco morre de três maneiras. I Macabeus 6:16: Macabeus 1:16; 9:28 / livro inspirado: Isa. 63:8;  Mat. 5:37
11. Recomenda a oferta pelos mortos. II Macabeus 12:42-45 / livro inspirado: Ecl. 9:5-6
12. Ensino do purgatório ou imortalidade da alma. Sabedoria 3:14 / livro inspirado: I João 1:7; Heb. 9:27
13. O suicídio é justificado e louvado. II Macabeus 14:41-46 / livro inspirado: Êxo. 20:13

Tais erros e contradições revelam que esses sete livros não passam no imbatível teste de “inspiração bíblica”, dos livros sagrados e canônicos, inseridos na “Constituição dogmática da fé católica”, no Concílio Vaticano I, que assim diz: “Os livros da Bíblia, a Igreja reputa-os sagrados e canônicos, não porque tenham recebido por ela (a Igreja), aprovação ou autoridade: nem somente porque contêm a revelação sem mistura de erros, mas sim porque, tendo sido escritos sob a inspiração do Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, e como tais foram dados a sua Igreja. “- Bíblia Traduzida pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, pág. 6.

Diante dessa declaração, não podemos dizer que esses sete livros são inspirados e canônicos, porque a Igreja Católica os declarou, pois ela própria diz que não é a igreja que os qualifica como inspirados e canônicos. E se dissermos que tais livros são inspirados pelo Espírito Santo, tendo como autor o próprio Deus, estaremos admitindo que Deus Pai e o Espírito Santo são autores de erros e contradições!

A prova final, que esses sete livros não são inspirados, é que seus autores nunca reclamaram inspiração para eles, e, além de Macabeus afirmar que não havia profeta em seu tempo (I Mac. 4:46; 9:27; 14:41), ele encerrou seu livro confessando sua incapacidade para expô-lo, ao assim se desculpar: “Se minha narração esta imperfeita e medíocre, é que eu não pude fazer melhor” (II Mac. 2:24; 15:38 e 39). “Jerônimo, o tradutor da Vulgata, chamou a esses sete livros de apócrífos, que significa ocultos, secretos, escondidos ou não inspirados.” – Introdução Geral à Bíblia, pág. 88.

Os sete livros apócrifos são apenas de valor histórico e literário. Portanto, só devemos aceitar como inspirados os 66 livros canônicos, como regras de fé e doutrina (II Ped. 1:21).

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O PERFUME PRECIOSO (Mateus 26.6-13)


Estando em casa de Simão para o jantar, Cristo foi homenageado por uma mulher chamada Maria, que derramou sobre ele todo o "nardo" (Uma planta odorífera. Perfume penetrante extraído das raízes dessa planta, da família das valerianáceas. Jesus ungido com preciosíssimo perfume de nardo. Esse perfume de nardo usado, nessa ocasião, valia 300 denários, isso é 300 dias de serviço de um trabalhador.) contido em um vaso de alabastro. Toda a casa se encheu daquele perfume maravilhoso, atraindo a atenção de todos os presentes, inclusive dos discípulos, que disseram: “Que desperdício!!! Poder-se-ia vender este perfume e dar o dinheiro aos pobres” Ao que Cristo respondeu: “Aos pobres, sempre tendes convosco, mas a mim, nem sempre tereis” (Mateus 26).

Tal episódio de rara beleza nos impressiona e ensina. O ato de Maria surpreendeu a todos e até hoje surpreende. Jesus disse que onde o evangelho fosse pregado, aquela ação seria mencionada.

Naquele tempo, era comum as jovens fazerem suas economias para comprarem o nardo, um perfume muito caro. A essência ia sendo juntada em um vaso a fim de ser utilizada na noite de núpcias. Pensando nesses detalhes, notamos o quanto era importante aquele vaso de perfume para sua possuidora. Representava sua economia, talvez até realizada com sacrifício, e simbolizava também seus sonhos, seus ideais referentes ao matrimônio e à família. Quanto valor colocado e representado por um vaso de perfume!

O que Maria fez? Derramou todo aquele perfume sobre Cristo. Isso foi mais do que uma homenagem, foi uma entrega total. É como se ela dissesse: “Senhor, eu entrego a ti tudo o que sou. Eu entrego o melhor que possuo, meus sonhos, meus desejos, meus ideais, meus planos e objetivos.” Foi um ato de dedicação absoluta. Notamos que ela não derramou outro líquido que pudesse ser mais barato e conseguido com mais facilidade, como água, por exemplo. Maria deu o que ela possuía de mais precioso. Isso nos ensina a dar o melhor para Deus, fazer o melhor para ele, mesmo que nos custe um preço alto.

O ato de “derramar” nos traz três lições:
Dedicação exclusiva: Tendo derramado todo o perfume sobre Jesus, Maria não poderia mais prestar essa homenagem a outra pessoa. Tendo o compromisso que temos com Cristo, não podemos ter outro como ídolo. Nada restou do nosso perfume que possa ser dado a outro deus.
Dedicação sem reservas: Ela não guardou um pouco de perfume para sim mesma. Não haverá nenhuma área da nossa vida que não esteja sob o domínio do Senhor. Somos dele por completo.
Dedicação sem retorno: Uma vez derramado, o perfume não podia ser retomado ou recuperado. Não vamos, amanhã ou depois, pedir ao Senhor que nos devolva o que lhe entregamos. Não vamos desistir da nossa aliança com ele. Se derramamos nossa alma diante do Senhor não vamos tomá-la de volta. Nosso vínculo com Jesus é um casamento sem divórcio. Assim deve ser nossa dedicação ao Senhor. Vamos entregar nossas vidas ao Senhor completamente e definitivamente.

Aquele aroma maravilhoso se propagou pela casa e atingiu a todos. Assim é o efeito do testemunho silencioso de uma vida derramada na presença de Deus. Mesmo os que quiserem ignorá-la não poderão. Diante daquele exemplo de desprendimento, alguns disserem: “Que desperdício!” Essas palavras poderão ser ouvidas ainda hoje por aqueles que se dedicam ao Senhor. Alguém poderá dizer que estamos desperdiçando nosso tempo, nosso dinheiro, nossa juventude, nossa vida, e etc. Entretanto, nossa dedicação a Deus não é desperdício, é investimento. Tudo o que entregamos ao Senhor será como uma semente lançada ao solo. O ato de semear pode parecer um desperdício. Parece que o semeador está jogando fora as sementes. Porém, no dia da colheita, o trabalhador se alegra com o fruto do seu labor.

Naquele instante, até os pobres foram lembrados. O discurso daqueles defensores dos pobres parece até uma tese da Teologia da Libertação. O fato é que qualquer argumento será usado por aqueles que querem tirar nossa atenção do Senhor. Muitos querem que desviemos nossa visão de Jesus para nos dedicarmos a outras causas, que podem até ser nobres e feitas em nome de Cristo, mas não devem tomar o lugar de Deus em nossas vidas. É verdade que, quando ajudamos aos pobres, estamos fazendo a obra de Deus, e devemos fazê-lo, mas isso não substitui uma experiência pessoal com Jesus Cristo. O amor ao próximo é importante, mas não é tudo. O primeiro mandamento é o amor a Deus. Logo, se alguém vive se dedicando ao trabalho social, mas não é convertido nem obediente a Deus, está praticando obras mortas, sem valor espiritual. As obras de caridade não têm o poder de salvar ninguém. Contudo, se somos convertidos e fazemos boas obras, estas têm grande valor e por elas seremos recompensados. Notemos que Jesus não condenou a ajuda aos pobres, Ele disse que sempre teríamos os pobres conosco. Assim, poderíamos ajudá-los sempre. Entretanto, esta ajuda não substitui o culto e dedicação da vida ao Senhor através de um compromisso de obediência. Essa questão atinge também aqueles que acham que podem deixar de contribuir na igreja afim de ajudarem lá fora a quem precisa. Na realidade, as duas coisas são importantes e devem ser tratadas na ordem correta de prioridades.

O que nós estamos dando ao Senhor? Como estamos trabalhando pelo seu reino? Que Deus nos ajude a alcançar o nível de fazermos o melhor, de entregarmos o melhor e de colocarmos o Senhor acima de tudo em nossas vidas. Dessa forma, o bom perfume de Cristo será sentido em todos os lugares onde estivermos.


Pr. Gualter Guedes