terça-feira, 28 de junho de 2011

JESUS COMO O RESTAURADOR DO ARREPENDIDO (João Cap. 21)

     O capítulo final mostra Cristo como o Mestre de nosso serviço e o Amigo dos pecadores. Se não houvesse esse capítulo, não saberíamos o que aconteceu entre Pedro e o Senhor e se realmente resolveram ou não a questão a respeito da desobediência dele.

  1. UMA NOITE DE DERROTA (21.1-3)
Pedro, sem receber nenhuma ordem nesse sentido, voltou à pescaria. Ele abandonou de vez o seguir Cristo (Lc. 5.1-11) e, agora, voltava à antiga vida. Tudo nessa cena fala de derrota: (1) está escuro, o que indica que não caminhavam na luz; (2) eles não tiveram uma palavra direta do Senhor; (3) não conseguiram nada com seu esforço; (4) eles não reconheceram a Cristo quando este apareceu, o que indica que a visão espiritual deles estava obscurecida. Pedro, ao tomar uma decisão precipitada, fez com que outros seis homens também errassem. A má influência é algo muito ruim. Temos de lembrar que Deus nos abençoa apenas quando permanecemos em Cristo e obedecemos à Palavra. “Sem mim nada podeis fazer” (15.5). Muitos cristãos empreendem atividades que contrariam a Bíblia, embora sejam bem-intencionados, e só perdem tempo, dinheiro e energia por nada. Sejamos pacientes. É melhor esperar a orientação do Senhor e, assim, receber sua bênção, que nos envolvermos por conta própria em atividades inúteis.

  1. UMA MANHÃ DE DECISÕES (21.4-7)
A luz começa a brilhar quando Cristo entra em cena. Da praia, ele os instrui, assim, eles pegam uma quantidade enorme de peixe! Poucos minutos de atividades sob o controle de Cristo realizam muito mais que uma noite inteira de esforço carnal! É interessante comparar esse milagre com o do início da carreira de Pedro relatado em Lucas 5.

LUCAS 5
1.        Após uma noite de fracasso
2.        Não informa a quantidade exata de peixes que pescaram
3.        As redes começam a quebrar
4.        Cristo dá instruções do barco.
            JOÃO 21
1.        Após uma noite de fracasso
2.        Pescaram 153 peixes (v. 11)
3.        A rede não se rompe
4.        Cristo dá instruções da praia

             Vejo nessas cenas um retrato da igreja hoje (Lc. 5) e do fim desta era, quando Cristo retornar (Jo. 21). Hoje, lançamos a rede do evangelho, no entanto ela se rompe muitas vezes, e não sabemos quantas almas realmente ganhamos, o que gera um sentimento de fracasso. Todavia, saberemos o número exato de almas ganhas quando Cristo retornar, e nenhuma será perdida. Hoje, muitos pescadores e barcos participam da pescaria, mas, quando ele retornar, veremos uma só igreja e todos os redimidos em uma só rede de evangelho.
            Na verdade, esse capítulo apresenta muitos milagres além da pescaria. Pedro recebe uma força milagrosa que o capacita a puxar uma rede que sete homens juntos não conseguem lançar (vv. 6, 11).
            É surpreendente a rede não se romper. Com certeza, a refeição matinal de peixes cozidos na brasa e pão foi suprida de forma milagrosa. O desígnio da cena toda era despertar a consciência de Pedro e abrir seus olhos. A pescaria lembrou-o de sua decisão anterior de abandonar tudo e seguir a Cristo. As brasas do carvão o levaram de volta à sua negação (Jo. 18.18). A localização – mar da Galiléia – lembrou-o de várias experiências passadas com Cristo: a Alimentação dos 5 mil, o caminhar sobre as águas, o peixe com a moeda, a tempestade que foi acalmada, etc.
          Como Pedro negou Cristo três vezes em público, ele tinha de corrigir isso publicamente. Observe que Cristo alimentou Pedro antes de lidar com o pecado dele. Só o Senhor é capaz de nos abençoar primeiro, para depois lidar conosco! A questão era o amor de Pedro por Cristo (v. 15-17).
          A vida do homem que realmente ama Cristo é devotada e dedicada. Veja que Cristo dá um novo comissionamento a Pedro: agora, além de ser um pescador de homens, ele é um pastor. (veja 1 Pe. 5). Agora, ele é o pastor das ovelhas e alimenta-as com a Palavra de Deus. Espera-se que todos os cristãos sejam pescadores de homens (ganhadores de almas), mas alguns são chamados para o ministério especial de pastorear o rebanho. Não há nada de bom em ganhar o perdido se não houver uma igreja que possa alimentá-lo e cuidar dele.

  1. UM DIA DE DEDICAÇÃO (21. 18-25)
Há uma grande diferença entre filiação (ser salvo) e discipulado (seguir o Senhor). Nem todos os cristãos são discípulos. Pedro não perdeu  sua filiação quando pecou, mas afastou-se de seu discipulado. Por isso, Cristo repetiu seu chamado: “Segue-me”. Cristo também confronta Pedro com a cruz (v. 18), uma indicação de que Pedro também seria crucificado. (Veja 2 Pe. 1.12-14). Temos de tomar a nossa cruz antes de seguir a Cristo. Essa ordem assume um novo significado quando lembramos que, antes, Pedro tentara afastar Cristo da cruz (Mt. 16.21-28).
Mais uma vez, Pedro comete um erro trágico: ele desvia seus olhos do Senhor e começa a olhar os outros, nesse caso João. Devemos manter nosso olhar apenas em Cristo se quisermos segui-lo (Hb. 12.1-2). Não é “da nossa conta” como Cristo lida com os outros cooperadores; nossa tarefa é seguir a Cristo e lhe obedecer. (veja Rm. 14), para saber como devemos nos relacionar com os outros cristãos).
João termina seu evangelho com a afirmação de que, se escrevesse tudo que Cristo fez na vida, o mundo seria pequeno para a quantidade de livros necessários para o relato. Os quatro evangelhos não são “vidas de Cristo”, mas quatro retratos de Jesus com ênfase em aspectos distintos. João diz que seria impossível relatar sua vida completa.
Não leríamos a respeito de Pedro em Atos 1, se, em João 21, ele não tivesse se encontrado com o Cristo, confessado seu pecado e afirmado seu amor. Mais tarde, Deus pôde usar Pedro, porque se endireitou com o Senhor. Cristo abençoa e usa os que o seguem.

Um comentário:

  1. estudo maravilhoso , pois aprendi muito com esse estudo . que DEUS lhe abençoe.

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