sexta-feira, 3 de junho de 2011

JESUS COMO O SOFREDOR MODELO ( João Cap. 18)

Jesus deixou seu lugar de oração para encontrar-se com seus inimigos. O “ribeiro Cedrom” lembra-nos o rei Davi que foi banido  de seu trono pela rebelião de seus amigos e família e atravessou esse mesmo ribeiro (veja 2Sm 15).

  1. A PRISÃO (18.1-14)
Jesus encontrou Judas e seu grupo de propósito, pois sabia o que estava para acontecer. (Veja 13.1-3 e 6.6. Jesus sempre soube o que faria, pois sempre conheceu o plano do Pai.) É interessante o fato de a prisão acontecer em um jardim. Cristo, o último Adão (1 Co 15.45-47), encontra seu inimigo em um jardim e triunfa, enquanto o primeiro Adão encontrou o inimigo em um jardim e fracassou. Adão escondeu-se, mas Cristo revelou-se publicamente. Veja outros contrastes que encontra nessas duas cenas de jardim à medida que as examina.
Judas ficou com o inimigo. “Uma vez soltos, procuraram os irmãos” (At. 4.23). As pessoas sempre vão para onde está seu coração. Judas tinha Satanás no coração e ficou com o grupo de adeptos deste. É triste dizer que Pedro se misturou ao mesmo grupo! Observe como Jesus aturdiu-os quando usou o termo “Eu sou”,  O mesmo nome que salva os crentes (17.6) condena o perdido.
No v. 8, Jesus aconselha seus discípulos a ir embora a fim de que não tenham problemas. Ele já lhes dissera que se dispersariam (16.32), mas Pedro prefere ficar e lutar – e passa a correr perigo por isso. O pecado de Pedro não foi seguir Jesus de longe, mas segui-lo! Ele deveria ter obedecido à Palavra e partido.
O v. 9 volta a 17.12, em que Cristo falou da salvação dos discípulos. Aqui, ele fala da segurança física deles. Portanto, Cristo guarda-nos de duas maneiras: ele preserva nossa alma em salvação e guarda nosso corpo, selando-o com o seu Espírito até o dia da redenção (Ef. 1.13-14).
Pedro desobedeceu a Cristo de forma clara ao usar a espada. Ele não precisa da nossa proteção, e, para combater Satanás, devemos usar armas espirituais (2 Co 1.4-6; Ef. 6). Pedro usou a arma errada, teve o motivo errado, agiu sob o comando errado e obteve o resultado errado! Como foi gracioso da parte de Jesus curar Malco (Lc. 22.51) e, assim, proteger Pedro de qualquer dano. Caso contrário poderia haver mais uma cruz no Calvário, e Pedro seria crucificado antes do tempo designado por Deus (Jo 21.18-19).

  1. A NEGAÇÃO (18.15-27)
Agora,  a narrativa foca Pedro, e vemos seu triste declínio. No cenáculo, Pedro vangloria-se três vezes de que permaneceria fiel a Cristo (Mt. 26.33, 35; Jo. 13.37. No jardim, ele dormiu três vezes (Mc. 14.32-41), quando deveria orar. Depois, ele negou o Senhor três vezes e, em João 21, ele confessou seu amor por Cristo três vezes! No cenáculo, Pedro caiu na armadilha do diabo (Lc. 22.31-34); no jardim, ele entregou-se à fraqueza da carne; e, agora, no pátio do sacerdote, ele cede à pressão do mundo. Como é importante vigiar e orar!
No v. 15, não sabemos quem é o discípulo citado. Talvez fosse Nicodemos ou José de Arimatéia. Não é provável que João (muitas vezes, chamado de “o outro discípulo” – 20.2,3) estivesse em termos amigáveis com o sumo sacerdote. Veja At. 4.1-3. Seja quem for esse discípulo, ele levou Pedro ao pecado quando abriu a porta para ele! O v. 18 informa que estava “frio”, portanto Pedro sentou perto do braseiro; todavia, Lucas 22.44 afirma que Cristo suou aquela noite enquanto orava! Pedro estava com frio físico e espiritual e aqueceu-se no fogo do inimigo. Ele “andou no conselho dos ímpios” e agora “se detinha no caminho dos pecadores” (veja Sl. 1.1), Cristo sofria, enquanto Pedro se aquecia, mas, não compartilhava o sofrimento do Senhor de forma alguma.

  1. A REJEIÇÃO (18.28-40)
Vemos como a nação era corrupta naquela época pelo fato de haver dois sumos sacerdotes. Anás e Caifás eram sócios no comércio do templo e odiavam Jesus por ter purificado o templo duas vezes.
Tem-se escrito muito a respeito dos aspectos ilegais do julgamento de Cristo. Ele aconteceu à noite; assumiu-se que o prisioneiro era culpado e o trataram como tal; a corte pagou pessoas para dar falso testemunho; o juiz permitiu que maltratassem o prisioneiro; a corte não deu ao acusado o direito  de defender-se. Após o julgamento noturno secreto, os astutos líderes religiosos levaram Jesus até Pilatos para a sentença final de morte. Eles não podiam entrar em uma sala de gentios a fim de não contaminar, mas não hesitavam em condenar à morte um homem inocente!
A passagem de 18.33 a 19.15 apresenta o triste relado da indecisão covarde de Pilatos. Este se dirigiu, pelo menos, sete vezes aos judeus do exterior e aos da sala para tentar um acordo. Pilatos crucificou Cristo porque era um covarde que queria “contentar a multidão” (Mc. 15.15). Quantos pecadores irão para o inferno porque temem as pessoas e tentam agradá-las!
Cristo explicou a Pilatos a natureza espiritual de seu reino, mas não sua afirmação: “O meu reino não é deste mundo”. Ele poderia ter estabelecido seu reino na terra, se os judeus o tivessem recebido. Contudo, eles o rejeitaram, pois seu reino é de natureza espiritual, no coração das pessoas. Ele estabelecerá seu reino sobre a terra quando retornar. Como ansiamos por esse dia abençoado!
Há séculos, os filósofos têm feito a pergunta de Pilatos: “Que é a verdade?”. Em 14.6, Jesus declara: “Eu sou .... a verdade”. João 17.17 afirma: “A tua palavra é a verdade”. Primeira João 5.6 afirma seguramente que “o Espírito é a verdade”. O Espírito e a Palavra apontam para Cristo, “a verdade”.
O mundo faz as escolhas erradas em relação aos assuntos espirituais. A multidão preferiu matar o Príncipe da vida! Ela escolheu o contraventor, não o Legislador! Os judeus rejeitaram o verdadeiro Messias; no entanto, um dia, aceitarão o falso Messias, Satanás, o anticristo (5.43).
Os homens rejeitam Jesus por diversos motivos. Judas rejeitou Cristo, porque ouviu o diabo; Pilatos ouviu o mundo; Herodes obedeceu à carne. (o diabo, o mundo e a carne, são o fortalecimento da carne).
Pilatos diz: “É costume entre vós” (18.39). É triste constatar que Pilatos conhecia os costumes religiosos, mas não conhecia a Cristo! Ainda hoje, as pessoas são assim, cuidadosas em observar costumes e feriados religiosos, mas desconhecem o Salvador do mundo. A rejeição significa condenação eterna, e a fé vida eterna.  

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